Escrevo em testamento este poema.Que ele tenha, na angústia com que o ligo, O brilho rutilante duma gema achada nos farrapos de um mendigo. Ao vesperal crespúsculo da vida e sob o olhar é que o componho; Erguendo assim, por minha despedida,O último escalão dum alto sonho. Este poema é dedicado a todos os que como eu tiveram um grande sonho.
quinta-feira, 29 de dezembro de 2005
Os que são meus amigos merecem tudo de mim, Votos de umas boas entradas em 2006
Meus bons amigos, penso não ter tempo para ir aos vossos blogs, para vos saúdar e desejar uma boa entrada em 2006, peço desculpa por esse motivo, mas irei mal que possa dar o meu abraço a todos, desde já vos agradeço o carinho que me dispensaram durante o ano de 2005, não esquecerei nunca as vossas palavras de carinho e conforto.
Para vós o meu muito obrigada, espero contar com todos durante o ano que se aproxima.
Um grande abraço para vós todos.
Muita gente vai entrar e sair da
minha vida,
Mas somente verdadeiros amigos
deixarão marcas no meu coração.
Para me segurar uso a cabeça;
Para segurar os outros uso o
coração.
Ódio é apenas uma curta
mensagem de perigo
Grandes mentes discutem idéias;
Mentes medianas discutem
eventos;
Mentes pequenas discutem
pessoas.
Aquele que perde um amigo,
perde um tesouro;
Aquele que perde a fé perde
tudo.
Jovem bonito é um acidente da
natureza,
Velho bonito é uma obra de arte.
Aprendo com os erros dos
outros.
Amigos, eu ...Um a um vos fui juntando...
Assim iniciei um grupo...O meu
circulo de amigos...
E como um circulo, não tem
começo nem fim...
Ontem é Historia. Amanhã é
mistério. Hoje é uma dádiva.
quarta-feira, 28 de dezembro de 2005
stillforty: A falta de carácter e a pobreza de espirito
Depois de já ter enviado um email a alguns de vós, sinto-me agora na necessidade de publicar um post que desmascare uma personagem hipócrita, falsa e mentirosa, que ilustra algumas das coisas más que podemos encontrar na Net.
A personagem dá pelo nome de stillforty, umas vezes, outras vezes, por messenger, ou ainda, por blackangel. Tem por hábito visitar blogs mostrando a óbvia falta de educação de que padece, e agora, pior, resolveu criar um blog com o elucidativo URL de http://lickfuckneed.blogspot.com, onde inventa comentários imaginariamente redigidos por outras pessoas. Até aqui, nada de mais, tudo poderia enquadrar-se na liberdade crítica, típica de uma sociedade democrática, mesmo que alguns posts não traduzam mais do que ressabiamentos quanto a críticas feitas noutros lados. O pior é que agora, resolveu comentar os próprios posts, fazendo-se passar por outras pessoas. Aparentemente tudo é facilitado quando se escolhe como opção de identificação de quem comenta, a opção Outro e simplesmente se indica o nome pretendido e o URL. Foi assim que, num dos muitos blogs da multifacetada personagem, a querida stillforty se fez passar por mim, como documenta a imagem anexa:
É grave que alguém se faça passar por quem não é. Acho que isso é ilustrativo do carácter de quem o faz. Como a dita pessoa não tem sequer a coragem de se identificar, quero deixar bem claro que por trás dos nomes stillforty, messenger, ou blackangel, está alguém cuja integridade e honestidade devem ser vocês, que me visitam, a avaliar.
Peço aos meus amigos habituais que, se por acaso, algum comentário, aparentemente feito por mim, lhes parecer estranho, por favor confirmem comigo a respectiva autenticidade. Esta pessoa parece apostada em fazer passar-se por mim, pelo que fica feito o aviso e exposto o carácter da personagem.
Tudo isto é profundamente lamentável. Tenho a consciência de que em nada contribuí para esta situação, mas também não tenho ilusões para pensar que, quando se encontram pessoas deste calibre, alguma coisa pode ser feita para evitar que situações destas aconteçam.
Aqui, continuarei, como sempre, a defender aquilo em que acredito. Não serão as stillforties deste mundo, por muito ordinárias que possam ser, que me intimidarão, ou farão com que deixe de publicar sobre o que me apetece, não descendo nunca aos níveis ora exibidos pela stillforty, nas suas múltiplas manifestações.
P.S.: Para que cada um avalie por si, aqui ficam imagens do Haloscan. Notem a sucessão temporal das mensagens, o uso do mesmo IP e dos mesmos endereços de email.
terça-feira, 27 de dezembro de 2005
A Amizade
É o alicerce da existência.
Independente da idade.
É o caminho do amor.
De uma simples conversa,
Aprendemos sem mistérios,
A conhecermos as pessoas,
Com suas limitações e vocações.
Com o passar do tempo.
As coisas começam a mudar,
Cada um segue o seu rumo,
As obrigações começam a chegar.
O que parecia ser eterno,
Começa por desmoronar.
Só ficam gravadas as lembranças.
Como num filme a rodar.
Quando a saudade bater,
Vocês vão me escrever,
Eu na maior felicidade,
responderei com o maior prazer.
Como se fosse o único modo,
De estarmos tão longe,
E ao mesmo tempo tão perto,
Transformar a amizade em emoção.
Dedicado aos que me têm oferecido este nobre sentimento.
obs: Foto da net
quarta-feira, 21 de dezembro de 2005
Oração de Natal
Depositamos diante de tua manjedoura
Todos os sonhos, todas as lágrimas e
Esperanças contidos em nossos corações.
Pedimos por aqueles que choram
sem ter quem lhes enxugue uma lágrima.
Por aqueles que gemem,
sem ter quem escute seu clamor.
Suplicamos por aqueles que te buscam,
sem saber ao certo onde te encontrar.
Por tantos que gritam paz,
quando nada mais podem gritar.
Abençoa, Jesus-Menino,
cada pessoa do planeta Terra,
colocando em seu coração um pouco
da luz eterna que vieste acender
na noite escura de nossa fé.
Fica conosco, Senhor! Assim seja!
Pe Sérgio J. de Souza
Para todos, votos sinceros de Boas Festas.
quinta-feira, 15 de dezembro de 2005
Tréplica sobre os crucifixos nas escolas
Recebi da TMara um email sobre a questão dos crucifixos nas escolas, e que passo a reproduzir, porque me parece importante. Reproduzo também a minha resposta.
Amiga
Acabei de postar uma carta aberta em reposta ao teu comentário sobre a posição da Igreja e a retirada dos crucifixos das escolas. Ia enviar-ta directamente por e-mail, mas, face à matéria e às paixões k provoca, achei k podia abri-la a todos e de uma forma pessoal. Em 1ª mão aqui, para ti, o link sobre o meu pensamento nesta importante matéria e a carta aberta em k o expresso.
Beijos de luz e paz
http://estranhosdias.blogspot.com
Minha amiga, lamento ter causado um transtorno para ti, com o meu comentário.
Se me perguntares se gostei de o ver exposto, e com esse destaque, tenho a dizer-te que não, mas já está exposto, pronto.
Vou explicar-te, então, a minha opinião sobre os crucifixos. Acho, realmente, que não faz sentidos eles existirem nas escolas principalmente das cidades, onde as crianças nem sabem que ele lá está . Perguntei à minha sobrinha, que vive comigo se existia um crucifixo na escola ela disse que não. Mesmo admitindo que exista noutras escolas, duvido que alguém o respeite como tal. Assim sendo, não penso que faça algum sentido essa existência. Não tem sentido se a imagem nem respeitada é.
A disciplina de Religião e Moral devia servir para falar de Deus em todas as religiões, embora para a minha miúda seja irrelevante, pois ela é uma criança esclarecida sobre Deus e frequenta a Igreja. Acho porém que um professor, além de professor é pai (ou mãe) também, porque essa é visão que a realidade nos transmite diariamente. Interrogo-me como poderiam eles falar de Deus às crianças filhas dos outros se nem às deles falarão, na maior parte dos casos...
Hoje em dia o importante é dar todo o tipo de brinquedos aos filhos, ensinar todos os nomes da banda desenhada, nomes de toda a bonecada dos filmes, levar a ver jardim zoológico, mostrar os golfinhos levar as crianças , enfim, primazia ao divertimento. Entende-me, o divertimento e a aprendizagem das crianças é importante, mas igualmente importante é ensinar às crianças algo de importante sobre Deus, isso nada de nada. Mesmo acontecimentos de natureza religiosa, como o baptizado ou a comunhão, são usados por causa do impacto social que têm: festa, convidados. etc. Tudo sem que a simbologia religiosa e o significado superior dos actos sejam tidos em conta. De facto todo o comportamento dos pais e convidados, nestas alturas demonstrar que, na sua maioria esmagadora, nem sabem porque ali estão, pois a postura tomada durante o acto litúrgico é deveras triste, como tristes são as cenas que fazem, portam-se como quem está no supermercado de vestido novo. A criança faz a primeira comunhão e termina ali , tudo sobre a religião. Que povo é este ?!
Em resumo, os crucifixos não fazem qualquer sentido nas escolas, já os deviam ter tirado à muito, porque não são respeitados. Mas não posso deixar de te dizer que esta assepsia recente, em que tudo é inodoro, limpo, higienizado, vai acabar por ser pago com um preço enorme, em termos de despojamento de valores, de desprezo pelo próximo, de falta de identidade individual e colectiva. Tudo será à semelhança dos palácios do consumo moderno: massificado, comercializado, impessoal ... e triste.
Finalmente, quero dizer-te que defendo a autonomia das escolas e penso que se uma determinada comunidade pretender ser fiel à sua história, ao seu passado, aos nossos valores enquanto país de tradição católica, sem com isso colocar em causa os valores de outros pais ou alunos, não tem de ser o ministério, centralista, responsável pela homogeneização, que deve colocar em causa essa autonomia. Infelizmente, a ausência de simbolos religiosos, em vez de demonstrar o carácter laico do estado, representa, isso sim, a falta de comparência do sistema educativo na educação para os valores morais.
quarta-feira, 14 de dezembro de 2005
Carta ao Pai Natal - Francisco Louçã
Aviso:Não copiei o poema de ninguém, foi me enviado por email, por esse motivo é meu.
Não sou de esquerda e muito menos gosto do Loucã, achei piada ao email e decidi dividir convosco.
Isto não é uma carta!
É um manifesto. Um protesto. Uma petição
Assinada por dezenas de intelectuais
E outras pessoas que jamais
Se reviram numa festa
Bacanal
Orgia de oferendas
Dadas sem qualquer critério
E que perpetuam uma tradição
Caduca. Reaccionária. Clerical.
Que tu representas oh pai do natal.
Com esta petição pretendemos
Que a data seja referendada
Não imposta, decretada
Por um estado economicista e liberal
E que seja celebrada quando um homem quiser
Não à roda da mesa. Consoada.
Mas num portuguesíssimo arraial.
Assina: Francisco Louca
sábado, 10 de dezembro de 2005
Fazer bem...
Podem saber mais aqui.
A ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE SOLIDARIEDADE MÃOS UNIDAS Pe. DAMIÃO, também designada por MÃOS UNIDAS Pe. DAMIÃO – PORTUGAL é uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS), reconhecida como Pessoa de Utilidade Pública.
A ASSOCIAÇÃO MÃOS UNIDAS Pe. DAMIÃO – PORTUGAL é uma Organização Não Governamental – ONG – de cooperação para o desenvolvimento e de ajuda humanitária. É uma organização sem fins lucrativos, apolítica e sem preconceitos raciais.
A ASSOCIAÇÃO MÃOS UNIDAS Pe. DAMIÃO – PORTUGAL é membro da Associação Europeia CERCLE – Cercle de Solidarité Follereau – Damien.
Porque somos pela vida, o trabalho da Associação Mãos Unidas Pe. Damião emerge do direito fundamental de todos os seres humanos a terem acesso a cuidados de saúde, independente da nacionalidade, religião, ideologia ou raça. Queremos dignificar o doente, esteja ele onde estiver.
Os conflitos étnicos, as catástrofes naturais, a guerra e as doenças provocam anualmente milhares de mortes em todo o mundo. Ao mesmo tempo, a pobreza, a exclusão social, os sem abrigo, a toxicodependência e a prostituição marginalizam taxas de população cada vez mais acentuadas. A ASSOCIAÇÃO MÃOS UNIDAS Pe. DAMIÃO – PORTUGAL, perante tais cenários, tem prestado uma ajuda humanitária, minorando assim o sofrimento das populações e reduzir as assimetrias sociais existentes, sobretudo nos países do terceiro mundo.
A ASSOCIAÇÃO MÃOS UNIDAS Pe. DAMIÃO – PORTUGAL nasceu da solidariedade e da vontade das pessoas em contribuírem de uma forma eficaz para o desenvolvimento de um mundo mais justo e mais humano. Sendo uma IPSS e uma ONG de ajuda humanitária e de cooperação para o desenvolvimento, tem como trave mestra a prestação de serviços de saúde, tendo, no entanto, como pilar, a luta contra as doenças da pobreza , também chamadas as doenças tropicais: Tuberculose, Lepra, Malária, Cólera, Poliomielite, SIDA.
Para além da nossa ajuda humanitária se dirigir além fronteiras, queremos também agir no nosso pais, lutando contra as situações de carência, exclusão social, Sem Abrigo, Deficientes, Doentes de SIDA, Crianças da rua e Crianças Orfãs.
É com esta firme vontade que queremos chegar a todos os portugueses para poder partilhar estes objectivos com todos os que queiram dar-nos as Mãos, porque e como dizia Madre Teresa de Calcutá: "Há uma gigantesca força que está a crescer no mundo, chama-se trabalho partilhado".
Contactos:
Rua Gomes Freire, 211 – A/B
1150-178 LISBOA
Telefone: 21351 57 20
Fax: 21 351 57 27
Site: www.maos-unidas.pt
E-mail:geral@maos-unidas.pt
terça-feira, 6 de dezembro de 2005
Quem é o pai natal? Natal é nascimento, neste caso o de Jesus. As crianças sabem disso!!!
Amigos hoje resolvi falar-vos do Natal.
Lembro com grande saudade o Natal autêntico, não a palhaçada que agora fazem com essa quadra. Lembro-me do Natal em casa dos meus pais e meus tios. Era uma magia que vivíamos, tão fantástica que não consigo descrever a emoção desses tempos.
Desde criança que vivi rodeada de gente. Eram os trabalhadores da casa e a minha família. Éramos 10 filhos e era mágico o ambiente desse dia. No dia 24, pela manhã, a minha mãe ia às compras e nós ficávamos a enfeitar a casa e a fazer o presépio. Íamos buscar musgo, procurar um pinheiro e, depois, enquanto os rapazes da casa faziam o presépio nós, as raparigas, íamos às árvores do campo e do jardim colher ramos para fazer o arranjo da mesa da sala de jantar. A mesa era enorme, logo tínhamos de compor um arranjo grande. Lembro-me que forrávamos uma caixa de transporte de azulejos com papel de prata vermelha e depois decorávamos essa caixa com ramos, de nespereira, de pinheiro e sobreiro, e muitas outras de que não lembro do nome. Colocávamos algodão e bolinhas coloridas e deitavamos farinha de trigo para imitar a neve e depois de posta a toalha, colocávamos o arranjo na mesa. Em seguida era decorado o pinheiro. A sala ficava com um aspecto mágico.
O almoço desse dia era muito simples. No fim da refeição de almoço, a minha mãe começava a fazer os doces da quadra e saía da cozinha um cheirinho fantástico. Nesse dia ninguém se zangava pois estavam todos empenhados na tarefa de arranjar a Ceia de Natal e com tudo adequado ao que celebrávamos, que era o nascimento de Jesus. Uns partiam nozes, outros pinhões e outros desfaziam o pão para os mexidos. O fogão de lenha era pequeno para tantos tachos. Nós participávamos em tudo, pois nesse dia todo o pessoal que trabalhava lá por casa ia para suas casas ao fim do almoço.
No início do jantar era fascinante. A minha mãe preparava a lareira com grandes toros "Madeira" para durarem noite toda. Todos sentados à mesa sentíamos aquela alegria de ser a Ceia de Natal, a noite de Consoada. O jantar, ainda que simples, era sempre tão delicioso: as batatas cozidas com bacalhau, olhos de couve e grelos, nada mais. O resto eram os doces confeccionados pela minha mãe, as deliciosas rabanadas, a aletria, os mexidos e os bolinhos de jerimú. O meu pai comprava um pão de ló, e havia ainda muitos frutos secos.
Não era a riqueza do menu, era a riqueza da reunião familiar, da alegria de comemorar o nascimento de Jesus que nos deixava tão felizes, e assim ficávamos noite dentro jogar ao “rapa” com o meu pai contavamos estórias etc. O divertimento durava madrugada adentro, até que, enfim vencidos pelo cansaço e pelo sono, lá ia cada um para a sua cama. Na manhã seguinte os mais pequenos tinham ao lado deles, na cama, uma prendinha. Quando eram dois na mesma cama, tinha a mãe de escrever o nome de cada um, para não haver problemas. Era fantástico ver a letra do menino Jesus, magnífico!
O Natal de hoje é uma ofensa ao autêntico Natal. Para já, as pessoas não comemoram nada, e depois anda aí alguém a quem chamam de Pai Natal, confesso não sei quem é, senão uma invenção da Coca Cola. Gastam-se rios de dinheiro em prendas que nada tem a ver com o Natal. Â ideia das prendas vem do S. Nicolau, antecessor do Pai Natal da Coca-Cola, e que se comemorava em 6 de Dezembro. As crianças estão de tal maneira anestesiadas com tantas prendas que nem sabem o que o dia representa. Mostram-lhes o Pai Natal e elas coitadinhas são vitimas da ignorância dos pais. Para as crianças de hoje, quem é o menino Jesus? Não sabem.
As pessoas presentemente vivem esta quadra de uma forma que nada tem a ver com o Natal. Gastam milhares em prendas e as crianças recebem mais brinquedos do que faz sentido, e no fim não lhes ligam nenhuma. Como dizia uma funcionária de uma loja de brinquedos “Crise! Qual crise? O menino diz que gosta do brinquedo, pode ser caro,mas os pais vem à mesma comprá-lo”. Que despesismo louco, desenfreado e supérfluo, em que se gastam mundos e fundos! Que desvirtuar do sentimento do verdadeiro Natal, em que se valorizam as prendas superflúas e em que não se ensina às crianças que é o nascimento de Jesus que se celebra. Sinto revolta deste novo conceito de Natal.
quinta-feira, 1 de dezembro de 2005
Truques para vencer a depressão
Uma pequena lista de truques que podem ajudar a vencer uma depressão:
- alugar filmes de comédia;
- fazer exercício (uma caminhada, uma corrida, uma ida ao ginásio) porque alivia o stress e funciona como distracção ;
- fazer voluntariado, porque os benefícios do altruísmo são reais;
- ouvir música, cantar alto e dançar muito;
- enfeitar a casa com flores de cores vivas;
- sair com os amigos porque o suporte social e o sentimento de pertença são muito importantes;
- adoptar um animal de estimação;
- quando possível, aproveitar ao máximo a luz do sol;
- mudar de ambiente (por exemplo passar um fim de semana fora com amigos... porque não?).
segunda-feira, 28 de novembro de 2005
Depressão nervosa
Hoje quero dedicar este post a uma amiga virtual, por uma questão de respeito e carinho por ela não menciono o seu nome, mas é em sua intenção que o vou escrever.
Vou escrever um relato da minha vida que me levou a uma depressão nervosa durante 3 anos e meio em tratamento, um ano antes para acentuar a doença e um ano depois desses 3 anos e meio para me tentar enquadrar.
Pois minha querida, a depressão é algo que nos bate á porta sem que para isso estejamos preparados. No meu caso o que a despoletou foi um compromisso e uma responsabilidade que assumi, cheia de sonhos, cheia de romantismo e cheia de vontade de ser uma pessoa feliz e fazer alguém feliz.
As coisas não correram assim. Foi tudo ao contrário e a minha vida deu uma volta de 180º. Deixei de ver sorrisos para ouvir berros e deixei de ouvir dizerem que eu era excepcional para passar a ouvir dizer que não valia nada, que era uma nulidade em todos os aspectos. Como isso me doía! Deixei de ser acarinhada e em seu lugar havia a reprovação a humilhação e gritos meu Deus, os gritos. O que hoje estava certo amanhã já estava errado. Depois aquelas palavras que me diziam feriam como facas afiadas. Ai como foi doloroso; ora a comida não era boa, ora eu deitava cedo, ora eu deitava tarde, ora eu acordava tarde , ora eu não sabia fazer o que me mandavam. Eram-me mandados fazer trabalhos pela primeira vez aos berros e era-me dito : "eu quero isso aqui bem feito ainda não o sabes fazer ora mas que profissional és tu!!!" Tudo isto era no sentido de me torturar psicologicamente, e muitas outras coisas que por uma questão de dignidade me recuso a descrever.
Ao fim de 5 anos eu estava debilitada moral e mentalmente. Sei que me sentia muito mal, deixei de conseguir dormir mais que meia hora seguida, tinha ataques de pânico, tinha medos e assustava-me e tinha a sensação de que não respirava. Fui algumas vezes noite dentro parar ao hospital porque acordava com a sensação que não respirava. Tinha ataques de calor e por vezes quando saia em trabalho chegava a meio do caminho voltava para traz com o medo de desmaiar. Estava a fazer uma qualquer visita numa repartição publica, pois o meu trabalho a isso obriga, e bastava que alguém me dissesse está pálida, para eu entrar em pânico e deixar o trabalho a meio fugir para o escritório para desmaiar lá. Mas nunca desmaiei pois lá chegada já estava bem.
Entre tantas e tantas coisas que me aconteceram, uma delas e a mais tortuosa foi a de não mais conseguir ter o meu corpo em repouso, eu sentia-me como quem anda num trem cheio de trepidação, essa era a sensação. Nunca mais consegui estar em paz. Aquela sensação de me encontrar sempre num lugar que tremia era uma constante. Essa foi a pior coisa de todas, era aterrador e ainda hoje sinto receio dessa sensação.
Um dia entendi que necessitava de ajuda e percebi que só um psiquiatra me trataria, pois os ataques de pânico eu percebia que eram falsos assim como a falta de ar era falsa. Pensei que só podia estar doente da mente . Fui à consulta e na primeira meti os pés pela frente das mão e quase não consegui dizer nada, mas ele era médico e sabia o que eu tinha. Ouviu-me durante uma boa hora e passou-me uma receita.
Comecei a tomar a medicação mas nada melhorou, como eu pensava, no imediato. A única coisa que passei a conseguir foi dormir, mas o resto tudo era igual. Na semana seguinte voltei ao médico como me havia sido recomendado e disse que não estava melhor mas tudo igual só que tinha começado a dormir. Foram me receitados outros medicamentos e disse-me para voltar na outra semana .Quando voltei lá disse que nda tinha mudado e que tinha mesmo melhorado e tudo estava igual. Disse o médico :"eu não te quero internar" . Eu nem noção tinha do que ele queria dizer com aquela frase . Deu-me uma nova medicação que quando tomava um dos comprimidos, adormecia de imediato. E assim fui seguindo a minha vida dependente da consulta e dos medicamentos durante quase 4 longos anos .
Chegou uma altura em que comecei a não gostar da minha situação porque eu sabia que o medicamento só meia hora depois de ser tomado fazia efeito e eu ficava logo bem mal que o engolia. Comecei a pensar em mim sempre com um saco de medicamentos atrás . Não podia ser assim pensei eu. Comecei a conversar com pessoas sobre o meu problema. Logo fui aconselhada por umas a ir ao psicólogo por outros a ir para às bruxas e eu fui. O que me interessava era ficar boa …O psicólogo achei um cretino com delírios de assédio e na bruxa não acreditava em nada e achava aquilo patético. Um dia pedi que queria ir visitar uns familiares a Lisboa pois achava que ao ir lá ia buscar a minha paz. Fui e achei-me mal na viajem e vim doente.
Quando cá cheguei, tive de ir a um médico gastroenterologista e pela primeira vez na minha cabeça vi uma luz no fundo do túnel. Depois de vista pelo médico ele disse que eu não tinha nada e então eu contei-lhe que tinha uma depressão nervosa. Ele teve para mim uma frase que foi fantástica. A tal palavra de esperança dita na hora certa. Disse-me: uma depressão nervosa é a pior doença do ser humano pois tem todas as dores todos os sintomas de uma grande doença e nós não o podemos curar porque a doença não é física mas sim mental e a sociedade não dá o apoio devido a esses doentes. Aquelas palavras caíram em mim que nem faíscas. Pensei, mas vou dar eu!
A partir daí decidi que tudo em mim tinha de mudar, tudo. Pensei de mim para comigo, menina onde está o teu sorriso, onde está a tua rebeldia, onde está o teu ego, onde está a tua auto estima ? Pensei: porque me estou eu a anular? Tinha engordado um pouco e tinha deixado para o lado o meu ar de menina adolescente e colocado em mim o ar de mulher. Detestei-me quando me olhei no espelho e vi uma mulher sem interesse, gorda, mal vestida e feia, obediente e servil, sem personalidade, uma pessoa que vivia em função de umas pastilhas e obedecia a tudo e a todos. Era assim que queriam que eu fosse. Foi uma visão aterradora e a partir daí fui eu e o meu ego em luta. Dei luta e comecei por cortar à medicação e a fazer outras coisas como seja, comecei a praticar desporto, a sair, a arranjar-me e no prazo de 6 meses tinha perdido 12 kilos e deixado quase todos os medicamentos menos um. Comecei a ir ao cinema sozinha aos sábados à tarde, voltei a ler, comecei a pensar e acreditar que eu era uma vida e que eu era responsável por ela. Que estava na minha mão fazer tudo para ajudar esta vida que eu tinha a ser o melhor possível. Deixei de viver em função de outra pessoa e sim a viver para mim. É isso que ainda hoje faço.
Um dia alguém me disse que eu era uma pessoa carente num tom depreciativo!!! Eu sou um ser que sei viver e sei dar luta à vida, não piso ninguém, sou carinhosa, amiga de quem é meu amigo. Deixei de acreditar no amor, mas tenho muitos momentos em que me sinto vaidosa e que me sinto feliz por mim.
Mas fiz tudo, lutei por mim para aqui chegar. Sofri muito e ninguém me compreendeu mas eu percebi que precisava de lutar porque tinha decidido viver.
sexta-feira, 25 de novembro de 2005
Minha culpa
Minha culpa
Sei lá! Sei lá! Eu sei lá bem
Quem sou? Um fogo-fátuo, uma miragem...
Sou um reflexo... um canto de paisagem
Ou apenas cenário! Um vaivém
Como a sorte: hoje aqui, depois além!
Sei lá quem sou? Sei lá! Sou a roupagem
De um doido que partiu numa romagem
E nunca mais voltou! Eu sei lá quem!...
Sou um verme que um dia quis ser astro...
Uma estátua truncada de alabastro..
Uma chaga sangrenta do Senhor...
Sei lá quem sou?! Sei lá! Cumprindo os fados,
Num mundo de maldades e pecados,
Sou mais um mau, sou mais um pecador...
Florbela Espanca
terça-feira, 22 de novembro de 2005
"Cinco questões simples"
Este artigo é simplesmente provocador. E no que me diz respeito questiona tudo aquilo que quero saber sobre o Islão que os muçulmanos dizem ser a religião da Paz. Traduzo o artigo parcialmente:
Os motins em Paris por parte de jovens muçulmanos e os ataques terroristas na Jordânia são os últimos acontecimentos que os cidadãos muçulmanos que cumprem a lei precisam de responder, para bem do Islão e para bem dos não muçulmanos que estão preocupados. Aqui ficam as cinco perguntas:
1) Porque é que estão tão calados?
Protestos contra o terrorismo como os que vimos na Jordânia são raros. O que vejo nos media são muçulmanos a defenderem implícitamente o terrorismo. Vemos torturas e assassinatos em nome de Allah mas não vemos manifestações anti-tortura e anti-assassinatos em nome de Allah. Há biliões de muçulmanos. Como é possível que praticamente ninguém se tenha demonstrado contra a crueldade perpetrada por muçulmanos em nome do Islão?
2) Porque é que nenhum dos terroristas palestinianos é cristão?
Se a razão do terrorismo palestiniano é a ocupação israelita, porque é que os cristãos palestinianos não respondem da mesma maneira?
3) Porque é que apenas um dos 47 países de maioria muçulmana é considerado um país livre?
De acordo com o grupo Freedom House, dos países de maioria muçulmana apenas o Mali pode ser considerado um país livre. 60% não são livres, e dos 10 países com a pior classificação, sete são estados islâmicos.
4) Porque são cometidas tantas atrocidades por muçulmanos em nome do Islão?
A decapitação das jovens adolescentes na Indonésia e de civis no Iraque, o ataque terrorista na escola de Beslan, as famílias muçulmanas que assassinam raparigas ou mulheres nos chamados crimes de honra e o pedido de extermínio de Israel pelo presidente iraniano.
5) Porque é que países governados por líderes muçulmanos religiosos perseguem as outras religiões?
Na Arábia Saudita não são permitidas Igrejas ou Sinagogas. Os Talibãs destruiram as estátuas de Buda. O regime islâmico sudanês perseguiu e matou um grande número de cristãos.
Em vez de confrontarem estas questões muitos de vós negam-nas. Milhares de milhões de não-muçulmanos querem respostas honestas a estas perguntas, mesmo que a resposta seja "Sim, temos problemas reais no Islão". Tal reconhecimento é infinitamente melhor - para vocês e para o mundo - do que chamar-nos de anti-muçulmanos.
terça-feira, 15 de novembro de 2005
Ensino de excelência
Bom dia amigos,
Quero hoje falar-vos de de duas escolas que conheço por dentro e das quais conheço os resultados.
Aqui em Braga há uma escola e um colégio, que eu considero terem uma organização excelente que, do ponto de vista do cuidado que têm com as crianças, poderiam bem pertencer a qualquer país avançado.
O colégio recebe as crianças desde os 4 meses e fica com elas até ao fim do ensino primário. As crianças são rodeadas de todos os cuidados: há posto médico, psicóloga e nutricionista, que dão um acompanhamento fantástico às crianças. Aparentemente o colégio tem tudo o necessário para uma criança se sentir bem. Há brinquedos de toda a espécie, jogos, teatro, cinema, celebram-se as festas tradicionais. As crianças lá são amadas. Esse colégio pertence a uma paróquia e é dirigido por um padre. Este colégio cuida da educação pré-escolar das crianças.
Quando as crianças chegam à idade de ir para a escola, no caso serem menos seguras da sua nova vida, a educadora e a psicóloga encarregam-se de "entregar" essas crianças à professora primária e, como quem entrega um testemunho, relatam com detalhe a vida dessa criança, assegurando assim que receberá toda a atenção requerida.
Antes das crianças abandonarem o colégio, é organizada uma festa de finalistas, com todo o cuidado: as crianças vão vestidas de capa preta, saia preta e blusa branca, os rapazes no mesmo estilo só que com calça, levam uma cartola na cabeça cheia de fitas. Eu fui assistir à festa da minha sobrinha e fiquei fascinada com tanta organização, pois tratava-se de crianças com idades até 6 anos, mas elas estavam tão bem preparadas que mais pareciam pessoas adultas. Ainda hoje tenho o sorriso da minha sobrinha quando no palco foi receber a pasta e lhe foram lidos os louvores.
Depois vem a escola primária, também com uma organização formidável. A escola abre dois dias mais cedo para receber os pequeninos e para que eles se ambientem à sua nova escola, uma preocupação com as crianças digna de louvor. No segundo dia, quando chegam os "novatos", os meninos do 4º ano vão conhecê-los e apadrinhá-los. Faz-se uma festa no polivalente, e cada um dos pequeninos fica apadrinhado por um dos mais velhos. Ao "padrinho" fica atribuída a tarefa de proteger o "afilhado" respectivo. Claro que isto faz com que as crianças que chegam se sintam protegidas por todos: empregadas da escola, professores e respectivos padrinho ou madrinha. A alimentação é de muito boa qualidade, preocupando-se as funcionárias que as crianças não deixem comida nos pratos.
Há um ATL para os que querem, os meninos com mais dificuldades têm aulas de apoio e há aulas de desporto, extra-horário, um dia por semana. Há também aulas de informática e inglês, desde há vários anos.
Uma vez chegados ao 4º ano, vem de novo a mudança de escola, desta vez com a passagem para irem para o "ciclo preparatório", e voltam de novo os mesmos cuidados: a festa de despedida, sob a forma de almoço de finalistas, o receber das pastas dos louvores. Na escola C+S, a mesma preocupação: a recepção pelos alunos do nono ano, e aí como esses já tem mais um pouquinho de capacidade para saber mimar ofereceram aos pequeninos do 5º ano chocolates. Os "padrinhos" mostram a escola toda aos "novatos", apresentam-lhes as funcionárias, os locais de auxilio até lhes ensinaram o local onde é permitido, imagine-se, namorar …!
Será que as escolas não poderiam funcionar todas assim?! Porque será que isto acontece em instituições que são públicas e noutras, exactamente com o mesmo tipo de tutela, isto não acontece? Porquê? Não parece muito difícil, ou parece?
P.S. Tenho em pastas encadernadas todos os trabalhos da minha sobrinha, que me foram cedidas quer pela escola quer pelo colégio. Vão ao pormenor de incluir os endereços dos amigos de sala. Que coisa fantástica.
Obs. no blog da minha sobrinha http://ocantinhodosdreads.blogspot.com/, tem publicada no post de hoje dia 17 uma foto de uma das peças de teatro que ela representou.
domingo, 13 de novembro de 2005
Carta do Papa João Paulo II às Mulheres
A vós, mulheres do mundo inteiro,
a minha mais cordial saudação!
O obrigado ao Senhor pelo seu desígnio sobre a vocação e a missão da mulher no mundo, torna-se também um concreto e directo obrigado às mulheres, a cada mulher, por aquilo que ela representa na vida da humanidade.
Obrigado a ti, mulher-mãe, que te fazes ventre do ser humano na alegria e no sofrimento de uma experiência única, que te torna o sorriso de Deus pela criatura que é dada à luz, que te faz guia dos seus primeiros passos, amparo do seu crescimento, ponto de referência por todo o caminho da vida.
Obrigado a ti, mulher-esposa, que unes irrevogavelmente o teu destino ao de um homem, numa relação de recíproco dom, ao serviço da comunhão e da vida.
Obrigado a ti, mulher-filha e mulher-irmã, que levas ao núcleo familiar, e depois à inteira vida social, as riquezas da tua sensibilidade, da tua intuição, da tua generosidade e da tua constância.
Obrigado a ti, mulher-trabalhadora, empenhada em todos os âmbitos da vida social, económica, cultural, artística, política, pela contribuição indispensável que dás à elaboração de uma cultura capaz de conjugar razão e sentimento, a uma concepção da vida sempre aberta ao sentido do « mistério », à edificação de estruturas económicas e políticas mais ricas de humanidade.
Obrigado a ti, mulher-consagrada, que, a exemplo da maior de todas as mulheres, a Mãe de Cristo, Verbo Encarnado, te abres com docilidade e fidelidade ao amor de Deus, ajudando a Igreja e a humanidade inteira a viver para com Deus uma resposta « esponsal », que exprime maravilhosamente a comunhão que Ele quer estabelecer com a sua criatura.
Obrigado a ti, mulher, pelo simples facto de seres mulher! Com a percepção que é própria da tua feminilidade, enriqueces a compreensão do mundo e contribuis para a verdade plena das relações humanas.
Mas agradecer não basta, já sei. Infelizmente, somos herdeiros de uma história com imensos condicionalismos que, em todos os tempos e latitudes, tornaram difícil o caminho da mulher, ignorada na sua dignidade, deturpada nas suas prerrogativas, não raro marginalizada e, até mesmo, reduzida à escravidão. Isto impediu-a de ser profundamente ela mesma, e empobreceu a humanidade inteira de autênticas riquezas espirituais. Não seria certamente fácil atribuir precisas responsabilidades, atendendo à força das sedimentações culturais que, ao longo dos séculos, plasmaram mentalidades e instituições. Mas, se nisto tiveram responsabilidades objectivas, mesmo não poucos filhos da Igreja, especialmente em determinados contextos históricos, lamento-o sinceramente. Que este pesar se traduza, para toda a Igreja, num compromisso de renovada fidelidade à inspiração evangélica que, precisamente no tema da libertação das mulheres de toda a forma de abuso e de domínio, tem uma mensagem de perene actualidade, que brota da atitude mesma de Cristo. Ele, superando as normas em vigor na cultura do seu tempo, teve para com as mulheres uma atitude de abertura, de respeito, de acolhimento, de ternura. Honrava assim, na mulher, a dignidade que ela sempre teve no projecto e no amor de Deus. Ao fixar o olhar n'Ele, no final deste segundo milénio, vem-nos espontaneamente a pergunta: em que medida a sua mensagem foi recebida e posta em prática?
Sim, é tempo de olhar, com a coragem da memória e o sincero reconhecimento das responsabilidades, a longa história da humanidade, para a qual as mulheres deram uma contribuição não inferior à dos homens, e a maior parte das vezes em condições muito mais desfavoráveis. Penso, de modo especial, nas mulheres que amaram a cultura e a arte, e às mesmas se dedicaram partindo de condições desvantajosas, excluídas frequentemente de uma educação paritária, submetidas à inferiorização, ao anonimato e até mesmo à expropriação da sua contribuição intelectual. Infelizmente, da obra imensa das mulheres na história, bem pouco restou de significativo com os métodos da historiografia científica. Mas, por sorte, se o tempo sepultou os seus vestígios documentais, não é possível não perceber os seus influxos benfazejos na seiva vital que impregna o ser das gerações, que se foram sucedendo até à nossa. Relativamente a esta grande, imensa « tradição » feminina, a humanidade tem uma dívida incalculável. Quantas mulheres foram e continuam ainda a ser valorizadas mais pelo aspecto físico que pela competência, pela profissionalidade, pelas obras da inteligência, pela riqueza da sua sensibilidade e, em última análise, pela própria dignidade do seu ser!
Na política do futuro, os graves problemas em aberto verão sempre mais envolvida a mulher: tempo livre, qualidade da vida, migrações, serviços sociais, eutanásia, droga, saúde e assistência, ecologia, etc. Em todos estes campos, se revelará preciosa uma maior presença social da mulher, porque contribuirá para fazer manifestar as contradições de uma sociedade organizada sobre critérios de eficiência e produtividade, e obrigará a reformular os sistemas a bem dos processos de humanização que delineiam a « civilização do amor ».
Podem ler toda a carta, aqui.
quarta-feira, 9 de novembro de 2005
Recebi este texto via email, decidi por á vossa apreciação!!!
Desde que os americanos se lembraram de começar a chamar "afro-americanos" aos pretos, com vista a acabar com as raças por via gramatical - isto tem sido um fartote pegado! As criadas dos anos 70 passaram a "empregadas" e preparam-se agora para receber menção de "auxiliares de apoio doméstico".De igual modo, extinguiram-se nas escolas os "contínuos"; passaram todos "auxiliares da acção educativa".Os vendedores de medicamentos, inchados de prosápia, tratam-se de "delegados da propaganda médica". E pelo mesmo processo transmudaram-se os caixeiros-viajantes em "técnicos de vendas".Os drogados transformaram-se em "toxicodependentes" (como se os consumos de cerveja e de cocaína se equivalessem!); o aborto eufemizou-se em "interrupção voluntária da gravidez"; os gangues étnicos são "grupos de jovens"; os operários fizeram-se de repente "colaboradores"; e as fábricas, essas, vistas de dentro são "unidades produtivas" e vistas da estranja são "centros de decisão nacionais".O analfabetismo desapareceu da crosta portuguesa, cedendo o passo à"iliteracia" galopante. Desapareceram outrossim dos comboios as classes 1.ª e 2.ª, para não ferir a susceptibilidade social das massas hierarquizadas, mas por imperscrutáveis necessidades de tesouraria continuam a cobrar-se preços distintos nas classes "Conforto" e "Turística".A Ágata, rainha da música pimba, cantava chorosa: «Sou mãe solteira...»; agora, se quiser acompanhar os novos tempos, deve alterar a letra da pungente melodia: «Tenho uma família monoparental...» - eis o novo verso da cançoneta, se quiser fazer jus à modernidade impante.Aquietadas pela televisão, já se não vêem por aí aos pinotes crianças irrequietas e «terroristas»; diz-se modernamente que têm um "comportamento disfuncional hiperactivo". Do mesmo modo, e para felicidade dos "encarregados de educação", os brilhantes programas escolares extinguiram os alunos cábulas; tais estudantes serão, quando muito, "crianças de desenvolvimento instável".Ainda há cegos, infelizmente, mas como a palavra fosse considerada desagradável e até aviltante, quem não vê é considerado "invisual". (O termo é gramaticalmente impróprio, como impróprio seria chamar inauditivos aos surdos - mas o "politicamente correcto" marimba-se para as regras gramaticais...)Para compor o ramalhete e se darem ares, as gentes cultas da praça desbocam-se em "implementações", "posturas pró-activas", "políticas fracturantes" e outros barbarismos da linguagem.E assim linguajamos o Português, vagueando perdidos entre a «correcção política» e o novo-riquismo linguístico.À margem da revolução semântica ficaram as putas. As desgraçadas são ainda agora quem melhor cultiva a língua. Da porta do quarto para dentro, não há "politicamente correcto" que lhes dobre o modo de expressão ou lhes imponha a terminologia nova. Os amantes do idioma pátrio, se o quiserem ouvir pleno de vernaculidade, que se dirijam ao bordel mais próximo. Aí sim, um pénis de 25 centímetros é um "car**** enorme" e nunca um "órgão sexual masculino sobredimensionado"; assim como dos impotentes, coitados, dizem elas castiçamente que "não levantam o pau", e não que sofrem de "disfunção eréctil".
segunda-feira, 7 de novembro de 2005
É convosco que estou
Muito obrigada pela vossa amizade e pelo apoio que me têm dado nesta fase tão difícil da minha vida. Aqui ficam estas flores para vós.
Adryka
quinta-feira, 3 de novembro de 2005
Eu sou uma mulher Escorpião
A MULHER - A mulher de Escorpião tem uma beleza profunda, misteriosa. É atraente, orgulhosa e totalmente confiante. Mas tem uma mágoa secreta. Não nasceu homem. Esta perigosa mulher fatal pode ocultar o seu poder sob um sorriso trêmulo, modos gentis, e a mais angelical das vozes. Ela é capaz de odiar amargamente e de amar com um total abandono.
Esta mulher tem uma certa intimidade que você jamais tocará, uma parte de sua mente e alma que pertence somente a ela e onde ninguém entra. Ela não é falsa, com feito na maior parte das vezes é brutalmente sincera, mas haverá sempre aqueles pensamentos e sentimentos especiais que jamais confiará a você ou a quem quer que seja.
O natural interesse dela pelo sexo oposto pode dar-lhe tanta razão para ter ciúmes dela quanto ela de você. Talvez ela seja um pouco perigosa, mas é inegavelmente excitante
sexta-feira, 28 de outubro de 2005
Ajudar África sim... mas como?
Este ano tem sido pródigo em acções, campanhas ou concertos que têm alertado as consciências colectivas para os vários dramas que se vivem em África. Não podemos também ficar indiferentes ao que se passa nos conclaves espanhóis em solo africano. Mas o que podemos realmente fazer?
Todos aqui recordam concerteza o Live Aid em 1985 e a quantidade de ajuda humanitária que foi enviada para a Etiópia. Mas passados 20 anos, nada mudou. Aliás, a situação na Etiópia é ainda mais grave. Neste momento, a alimentação de 6 milhões de etíopes continua a depender de ajuda externa e por ano morrem cerca de 300 mil crianças à fome. De quem é a culpa?
Deixo aqui vários links (em inglês) que podem ajudar a um bom debate:
Africa Needs Entrepreneurial Spirit;
"For God's Sake, Please Stop the Aid!";
Why the Critics Are Wrong about African Aid;
Choking on Aid Money in Africa.
A conclusão, pelo menos para mim, parece óbvia: África precisa de ajuda sim, mas essa ajuda tem de ser bem planeada, bem aplicada, e de ser canalizada para o desenvolvimento de uma Economia de forma a atenuar e mesmo acabar com a dependência de ajuda humanitária. E os líderes africanos, como Mugabe precisam de ser responsabilizados, isolados e removidos do poder pela União Africana.
Em África, é a corrupção, o egoísmo e a tirania que sufocam e paralizam a economia e o desenvolvimento, provocando assim a fome, a miséria e a eterna dependência da ajuda externa.
quarta-feira, 26 de outubro de 2005
Net-Etiqueta
Tendo em conta alguns acontecimentos recentes, desde comentários menos cordiais até emails ofensivos, deixo este link - Alguns Conselhos Úteis para Comunicar-se na Internet:
Os Dez Mandamentos da Ética na Internet:Não deixem que os insultos que vos chegam via email ou que são deixados nos vossos blogs, vos afectem. Aliás, ignorem-nos. É o vosso maior poder.
- Não use o computador para prejudicar as pessoas.
- Não interfira no trabalho de outras pessoas.
- Não se intrometa nos arquivos alheios.
- Não use o computador para roubar.
- Não use o computador para obter falsos testemunhos.
- Não use nem copie softwares pelos quais você não pagou.
- Não use os recursos de computadores alheios sem pedir permissão.
- Não se apropie de idéias que não são suas.
- Pense nas consequências sociais causadas pelo que você escreve.
- Use o computador de modo que demonstre consideração e respeito.
Abraço a todos, não se esqueçam de continuar a comentar os posts anteriores.
sábado, 22 de outubro de 2005
Os sentimentos humanos
A pessoa humana tem gravado no seu interior a necessidade de ser conhecida e amada, de conhecer e amar.
Precisamos que nos conheçam, nos compreendam, nos aceitem e nos amem.
Precisamos de conhecer, compreender e amar. A pessoa humana está feita para dialogar e conviver com outras pessoas seja de que forma for. Mas há diversos tipos de amor: o amor entre pais e filhos que é inseparável acho que é a isso que se refere a palavra de Deus quando diz: “não separe o homem aquilo que Deus uniu” e "até que a morte nos separe"penso que estas palavras foram adaptadas muito ao agrado no cerimonial de casamento e funcionam como um Decreto sendo do agrado, mas não justo.
Existe o amor da amizade entre amigos, são amores diferentes mas não menos fortes. Há coisas que se contam ao país e há outras que se contam aos amigos, sendo estes segundos muito importantes na vida do ser humano.
Necessitamos do carinho dos nossos pais muito. Mas eu não consigo viver sem o amor dos meus amigos. Mas não basta amizade. A pessoa humana necessita de algo muito mais profundo ,entregar-se dar-se e amar de uma maneira total. É o amor entre um homem e uma mulher, esse amor total inclui um todo, quer a alma quer o corpo , pensar só de uma forma no sentido de se entregarem um ao outro, na sua plenitude sem tabus e sem cobranças. Nesse amor tudo é permitido até o mais íntimo dos nossos desejos. Há uma confiança absoluta que permite e exige que se abra totalmente o coração e requer também receber do outro com essa absoluta confiança. Isto é o que se chama amor entre homem e mulher. Não precisam de ser “algemados” precisam de conhecer o outro na sua totalidade. Precisam de se olhar nos olhos e sentir, que se procuram mesmo no meio de uma multidão. O verdadeiro amor “homem mulher” não tem cobranças, não existem dívidas, porque elas saldam-se no momento em que se olham, no momento em que os dois são uma só pessoa sem obrigações sem deveres. Existe o amor na plenitude, aquele que poucos têm o privilégio de viver.
Amar não é sacanear, amar não é exigir, amar é sim libertar, amar é dar hipótese ao outro para seguir o seu destino e o seu rumo, nem que a espada do ciúme trespasse o nosso coração, o amor não faz promessas, porque ele é por si uma dádiva, o amor não chantageia.
Dos três tipos de sentimentos que conheço e que já experimentei, o que vi mais podre desvirtuado e falso é aquele que as pessoas vulgarmente apelidam de "amor", embora reconheça que nada tem de amor,mas sim uma confusão de interesses de regras do tipo rol de merceeiro, onde se factura e debita tudo e vem baixaria quando um escreve mais que o outro.
Boa semana para todos
terça-feira, 18 de outubro de 2005
Um holocausto silencioso...
O aborto baseado no sexo do feto é uma realidade que deve ser cada vez mais denunciada. Este holocausto silencioso é sobretudo evidente na China e na Índia, países com um rápido crescimento demográfico e com fortes tradições patriarcais, onde o estatuto da mulher é inferior ao do homem e esta é muitas vezes encarada como um fardo para a família. Com a evolução da tecnologia, com a disponibilidade de exames como as ecografias, tornou-se possível para muitos casais abortarem os indesejados fetos do sexo feminino.
Em 1997 a OMS (Organização Mundial de Saúde) denunciou o desaparecimento de cerca de 50 milhões de mulheres na China devido à política do filho único que o governo implementou desde o final da década de 70. As tradições patriarcais chinesas têm raízes fortes e profundas que levam muitos casais nas zonas rurais e também nas grandes cidades a optarem pelo aborto selectivo (apesar de este ser proibido pelo governo chinês). Para terem uma idéia, neste momento na China por cada 100 meninas nascem 120 rapazes. Nas próximas décadas, estima-se que 23 milhões de homens chineses serão incapazes de encontrar uma parceira. O tráfico de mulheres e crianças na China tem vindo a aumentar de forma dramática. Espera-se inclusivé um aumento da criminalidade e a formação de ghettos para homens solteiros. O Estado chinês poderá ser mesmo obrigado a refrear e a bloquear as reformas democráticas.
Tudo porque um homem vale mais que uma mulher.
Mas não pensem que o mundo ocidental está livre do aborto selectivo. No Canadá, mais precisamente em Toronto, um laboratório consegue determinar o sexo de um embrião através da análise sanguínea a uma mulher grávida. Não é só a pura curiosidade que leva muitos pais a recorrerem a essas análises. Como a maioria prefere um bebé do sexo masculino, caso o resultado não lhes agrade podem abortar.
Mais uma razão que reforça o meu NÃO à liberalização do aborto.
sexta-feira, 14 de outubro de 2005
Para a Adry...
What would you do if I sang out of tune,
Would you stand up and walk out on me?
Lend me your ears and I'll sing you a song
And I'll try not to sing out of key.
Oh, I get by with a little help from my friends
Mm, I get high with a little help from my friends
Mm, gonna try with a little help from my friends
What do I do when my love is away
(Does it worry you to be alone?)
How do I feel by the end of the day,
(Are you sad because you're on your own?)
No, I get by with a little help from my friends
Mm, I get high with a little help from my friends
Mm, gonna try with a little help from my friends
Do you need anybody
I need somebody to love
Could it be anybody
I want somebody to love.
Would you believe in a love at first sight
Yes, I'm certain that it happens all the time
What do you see when you turn out the light
I can't tell you but I know it's mine,
Oh, I get by with a little help from my friends
Mm, I get high with a little help from my friends
Mm, gonna try with a little help from my friends
Do you need anybody
I just need someone to love
Could it be anybody
I want somebody to love.
Oh, I get by with a little help from my friends
with a little help from my friends.
Querida amiga, com uma pequena ajuda dos teus amigos irás ultrapassar este momento menos bom.
quinta-feira, 13 de outubro de 2005
Para todos os meus amigos virtuais
Meus queridos amigos,
a vida tem-me maltrado bastante e pessoas que comigo têm lidado mais de perto têm-me violentado psicologicamente e muito.
Estou a atravessar uma fase bastante difícil.
Quero agradecer a todos o carinho que me têm dedicado, ao Luís, à Elise minha colaboradora neste blog e amiga, à Bety, ao Teles que tanto se tem preocupado comigo e ao Ernesto que teve a paciência de me ouvir. A todos muito agradeço. A hora é muito difícil mas eu vou vencer, eu vou conseguir. Preciso do vosso carinho e a vossa atenção é muito importante para mim nesta hora.O meu muito obrigado a todos os que me estimam.
Eu não sou uma farsante,nem mentirosa, sou uma pessoa com sentimentos, autêntica, e que está a passar um mau bocado. Não estou na net para conquistar homem.
Estou aqui para buscar atenção de todos os que comigo se cruzam e o vosso carinho que tanta falta me faz.
Beijinhos para todos e desde já o meu muito obrigado.
segunda-feira, 10 de outubro de 2005
Uma mulher não chora
Aqui há dias uma amiga minha dizia-se apaixonada por um amigo que ninguém conhecia. Andava feliz, louca de paixão. Nunca conheci o felizardo pois ela é super linda e só podia ser feliz. Achei ser fácil amá-la. Apanhei uma decepção quando ela me disse que o seu amor apenas quis curtir um pouco com ela, queria esquecer um amor falhado e usou-a É cruel e odiei esse namorado dela por a fazer sofrer. É ridículo fazer sofrer um ser humano por um caso desses. Cada um deve curar-se sozinho e acho a coisa mais desumana despertar amor e atenção em alguém e saber que a vai abandonar passado algum tempo. Eu por experiência própria sei que num principio de uma relação, o que precede a paixão é bem melhor que a paixão. A paixão é boa mas é efémera e torna-nos inseguros mas com um grau de inteligência razoável, esse estado de apatia passa e vai dar lugar a um outro sentimento a que muitos chamam "amor". Claro que é um estado diferente e que por vezes nos leva a sentir a falta da paixão, mas entre seres inteligentes isso acontece. Depois, com respeito e admiração de um pelo outro, é lindo e belo o amor.
Mas até chegar-mos a encontrar a pessoa certa é impossível não passar pela dor, pela desilusão, e chorar... Faz bem, torna-nos mais sensíveis e mais meigos. E ajuda a que nos encontremos com nós próprios. E qual é o homem que fica insensível, às lágrimas de uma mulher??? Por isso, amiga, se te apetecer chorar por amor a alguém chora, mas chora mesmo. Porque assim como o rir o chorar também faz bem. Beijinhos
sexta-feira, 7 de outubro de 2005
"Eu sei que vou te amar"
(Vinicius de Moraes & Tom Jobim)
Eu sei que vou te amar
Por toda minha vida eu vou te amar
Em cada despedida eu vou te amar
Desesperadamente eu vou te amar
E cada verso meu será pra te dizer
Que eu sei que vou te amar por toda minha vida
Eu sei que vou chorar
A cada ausência tua eu vou chorar
Mas cada volta tua há de apagar
O que essa ausência tua me causou
Eu sei que vou sofrer
A eterna desventura de viver
À espera de viver ao lado teu
Por toda a minha vida
cliquem aqui para ouvir a música.
Não se esqueçam de continuar a comentar os posts mais abaixo - Violência Física e Abuso Emocional, e A minha "Dread" e a revolta contra os Betos.
Bom fim de semana!
quinta-feira, 6 de outubro de 2005
A violência física e o abuso emocional
É preciso uma comunidade para prevenir a violência doméstica.
A violência doméstica tem vindo a aumentar consideravelmente em Portugal. Só em 2002 foram denunciados mais de 18 mil crimes. A grande maioria dos maus tratos são físicos, mas também podem ser psíquicos.
No meu primeiro blog, fiz este e mais este posts sobre a violência doméstica e o abuso emocional. É terrível constatar como inclusivé muitas mulheres da minha geração se envolvem em relações abusivas. Falo de mulheres com estudos superiores, economicamente independentes.
Há algo que as mulheres desde muito cedo têm perceber: um homem que agride fisica e verbalmente, raramente ou nunca muda. Nenhuma mulher tem de se sujeitar aos abusos do companheiro. Há sempre uma saída, por muito dolorosa e díficil que ela seja.
Está na altura da Mulher largar o seu papel de vítima e acabar com o ciclo vicioso das agressões. Está na altura de explicar às mulheres das próximas gerações que a violência não faz parte do Amor e de uma relação.
É preciso acabar com as desculpas, é preciso denunciar e ajudar, para que os números negros da violência doméstica neste país desçam. Pelas próximas gerações...
segunda-feira, 3 de outubro de 2005
Nota rápida
Escolham a musica mas leiam também o post de baixo que é de uma dread bué da fixe.
Abraço a todos, uma boa semana!
sexta-feira, 30 de setembro de 2005
A minha "Dread" e a revolta contra os Betos
Em Gaia no torneio de 2004 onde ganhou a medalha de prata "peso 25 a 30" kilos
Hoje vou vos falar da minha querida "sobrinha" e da influência negativa de uma certa novela e da luta dela entre os:
Dreads e Betinhos
Com 10 anos já tenta acompanhar a moda. Diz que é uma "dread" (malditos Morangos com Açúcar!). O pior é que, pelos vistos, me obriga a mim a ser "dread" também. Se quero ouvir um CD no carro, ora tem de ser a música dos D'zart, morangos com açúcar ou ainda uns quantos outros"eu que me aguente" se digo não, vai cara virada para o vidro da janela toda a viagem e se me distraio lá põe ela a musica que ninguém ouve . Nada de músicas minhas, porque essas músicas são de "betos" e ela não é "betinha", pois claro!
Quando lhe coloco a roupa para ela vestir para ir para a escola, escolhendo eu, claro, do que acho que melhor combina com ela de forma a ficar assim a minha coquetezinha, ela sai da banheira e entra pelo quarto dentro de rompão e diz: "não quero esta roupa, já te disse que não sou beta!" É discussão garantida! Às vezes sou condescendente, outras nem por isso. Gosta de andar de calças super compridas, de preferência um pouco desfiadas em baixo mas que vergonha penso eu... Nada de T-shirts com gola, porque é "à beto", claro! Mas pensando bem e ás tantas ainda tenho é sorte, porque pelo menos a linguagem dos tais "dreads", conhece-a, mas não a usa, graças a Deus.
É uma rapariga toda virada para o desporto.Mas preocupadíssima em não engordar, ás vezes entra em pánico, porque acha que descobriu que tem celúlite. Pois respondo eu em tom sarcástico só se for nas "orelhas". Desde os 4 anos que pratica Taekwondo. É cinto castanho e 3º Kup e já ganhou 2 medalhas em "prata"em competição. A informação dada pelo instrutor dela é que ela é obediente e tem um grande poder de concentração nos combates. Porque tem de ser uma pestinha para mim!!! Mas tenho de confessar eu adoro a agressividade dela e a espontaneidade com que se manifesta, "sai á tia" que com 13 anos obriguei a minha mãe a dar-me uns sapatos de salto alto que estavam na moda e faziam tric tric olaré.
A minha "dread" é a minha maior crítica. Quando faço alguma coisa de que não gosta, seja lá por que razão for, está sempre a reprovar-me. Quando em situações públicas a que tenho de me expor, tem sempre que me reprovar, ou porque tremi, ou me engasguei, ou estava nervosa, enfim, lá vem crítica, tira-me do sério por vezes e claro como não tenho sangue de barata, alteio-lhe a voz mesmo na rua, não é que ela se afasta como não me conhecendo, e quando me aproximo "depois de confirmar que ninguém está a ver" olha-me com um ar de quem não me conhece e diz "nom tom acusatório" "só me envergonhas" ai que um dia, eu passo-me a vai haver problemas no meio da rua ;). Por vezes fico triste com esse comportamento dela, e lá vem a lagrimazita, o que a preocupa de imediato, e eu tenho de usar a mentirita benévola: "é da constipação, não te preocupes" meu amor “pois o costume”responde ela sem complacência.
Para a minha “dread” ter 30 anos é ser-se velho, ó meu Deus, que desolada fico com esse adjectivo .
Mesmo querendo ser uma "dread" pura e dura, aqui há dias recebi uma convocatória da escola para ir falar com a directora de turma dela, fiquei toda babada com o que ouvi . Então, de acordo com a directora de turma, ela é uma menina super educada, com boas maneiras, que fala muito bem e só fala quando lhe é feita alguma pergunta, fora disso mantém-se em silêncio e atenta. "isto ora põe me assim com cara de bókó",que se distingue, no meio de uma multidão de crianças. Nada que ainda não soubesse: bem comportada fora de casa, pestinha só comigo! É a minha "dread" favorita, mesmo se para ela não passo de uma "betinha"embora ela diga que estou a melhorar, pois já tenho corsários remendados e tal, é que ela repara nisso!
A música dela favorita “Todo o tempo” dos D’zart.
quinta-feira, 29 de setembro de 2005
"Saudade"
Saudade
Saudade é solidão acompanhada, é quando o amor ainda não foi embora, mas o amado já...
Saudade é amar um passado que ainda não passou, é recusar um presente que nos magoa, é não ver o futuro que nos convida...
Saudade é sentir que existe o que não existe mais...
Saudade é o inferno dos que perderam, é a dor dos que ficaram para trás, é o gosto de morte na boca dos que continuam...
Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade: aquela que nunca amou.
E esse é o maior dos sofrimentos: não ter por quem sentir saudades, passar pela vida e não viver. O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido.
Autor: Pablo Neruda
Deixo um abraço a todos...
segunda-feira, 26 de setembro de 2005
Uma preocupação
Queridos amigos quero partilhar com vocês este tema…
O futuro da nossa música poderá ser uma espécie de hip-hop do tipo Americano, o destino da nossa culinária poderá ser o Mac Donald’s.
Falamos da erosão dos solos, da desflorestação, mas a erosão da nossa cultura é ainda mais preocupante.
O nosso corpo social tem uma história similar de um indivíduo. Somos marcados por rituais de transição: o nascimento, o casamento, o fim da adolescência, o fim da vida.
Eu olho a nossa sociedade urbana e pergunto-me: será que queremos realmente ser diferentes? Porque eu vejo que esses rituais de passagem se reproduzem como fotocópia fiel daquilo que eu sempre conheci na sociedade. Dançamos a "valsa", com vestido comprido, num baile de finalistas que é decalcado daquele do tempo dos meus avós, e acreditamos que tudo é novo e que tudo mudou. Copiamos as cerimónias de final de "curso" a partir de modelos de outros países por exemplo Inglaterra .
Falei da carga de que nos devemos desembaraçar para entrarmos a corpo inteiro na modernidade. Mas a modernidade não é uma porta apenas feita pelos outros. Nós somos também carpinteiros dessa construção e só nos interessa entrar numa modernidade de que sejamos também construtores.
A minha mensagem é simples: mais do que uma geração tecnicamente capaz, nós necessitamos de uma geração capaz de questionar a técnica. Uma juventude capaz de repensar o país e o mundo. Mais do que gente preparada para dar respostas, necessitamos de capacidade para fazer perguntas. Portugal necessita de descobrir o seu próprio caminho num tempo conturbado e num país sem rumo. A bússola dos outros não nos serve, o mapa dos outros não ajuda. Necessitamos de inventar os nossos próprios pontos cardeais. Interessa-nos um passado que não esteja carregado de corruptos, interessa-nos um futuro que não nos venha desenhado como uma receita financeira.
A Universidade deve ser um centro de debate, uma fábrica de cidadania activa, uma forja de inquietações solidárias e de rebeldia construtiva. Não podemos treinar jovens profissionais de sucesso num oceano de falsas promessas. A Universidade não pode aceitar ser reprodutora da injustiça e da desigualdade. Temos de lidar com jovens e com aquilo que deve ser um pensamento jovem, fértil e produtivo. Esse pensamento não se encomenda, não nasce sozinho. Nasce do debate, da pesquisa inovadora, da informação aberta e atenta ao que de melhor está a acontecer no mundo.
A questão é esta: fala-se muito dos jovens. Fala-se pouco com os jovens. Ou melhor, fala-se com eles quando se convertem num problema. A juventude vive essa condição ambígua, dançando entre a visão romantizada e uma condição maligna, um ninho de riscos e preocupações (a SIDA, a droga, o desemprego).
Um abraço
quinta-feira, 22 de setembro de 2005
"Soneto da Fidelidade"
Soneto da Fidelidade
De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zêlo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e darramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contetentamento.
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, pôsto que e chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
Autor: Vinicius de Moraes
sexta-feira, 16 de setembro de 2005
Batota, batota, batota... por todo o lado
Setembro marca o regresso da política. Aqui ficam algumas reflexões e exemplos de batota, como só os políticos a sabem fazer.
Referendo ao aborto
Na ânsia de criar uma “frente do povo da esquerda” e desviar a atenção do previsível duro orçamento de estado, o PS prepara-se, sem nenhum estado de alma, para criar um aborto: uma legislatura de 4 sessões legislativas e meia. Porquê? Porque se fosse aplicado o entendimento que sempre esteve presente desde o início dos em relação à duração e início das sessões legislativas, o PS não poderia aprovar a realização do referendo, uma vez que o projecto de lei anterior foi chumbado por Jorge Sampaio e, portanto, só poderia ser de novo apresentado em nova sessão legislativa. Assim, o PS apresta-se para declarar que a 15 de Setembro se iniciou uma nova sessão legislativa, o que fará com que no final da legislatura tenham ocorrido 4 sessões e meia... É um recorde do Guiness... mas é uma grande batota!!! Só não percebo como os ilustres deputados não percebem que toda a gente percebe que isto é um truquezinho de república das bananas... mas enfim, há muita coisa que eles já não percebem há muito!
Para ganhar o jogo ... nomeia-se o árbitro
O Tribunal de Contas é a instituição da República que zela pelo cumprimento das normas legais em termos de gastos do dinheiro público. Em época de restrições e eleições autárquicas, o papel disciplinador do tribunal é de fundamental importância. Podemos recordar as famosas “forças de bloqueio”, para ver que ter alguém que dê garantias de independência no Tribunal de Contas é de enorme importância. Pois quem escolheu o PS para presidir ao tribunal: um deputado do partido, ex-ministro do mesmo partido, e porta-voz... do Partido. Tá-se mesmo a ver a independência do dito, não está... Como dizia o outro... É já a seguir, a dita independência... Batota e mais batota!
E um batoteiro de há muito...
Ferreira Torres é um dos mais curiosos personagens da política portuguesa. “Dono” do Marco, do clube de futebol do Marco, dono de muitas das terras do concelho do Marco, compradas por um assumido testa de ferro, presta-se para uma batota adicional (que comparada com o currículo que se tem vindo a divulgar, parece até coisa pouca). Apesar de se tratar da mesma lista em termos de publicidade e associação política, desdobrou as listas de candidatura à Câmara e à Assembleia Municipal em duas, de modo a poder gastar o dobro do orçamento. Mais batota!!!
Se vivesse em Amarante estaria preocupada: para investir tanto dinheiro, desconfio que dentro em breve, se ganhar, Ferreira Torres será dono de uma boa parte das terras de Amarante...
E pronto, com a admiração no rosto estampada pela audácia de tais batoteiros, despeço-me de todos vós, desejando a todos (batoteiros excluídos) um bom fim de semana.
quarta-feira, 14 de setembro de 2005
Vindima
vinhas que eu já vindimei.
Não se me dá que outros logrem
amores que eu já rejeitei.
Fui um ano à vindima,
pagaram-me a trinta réis;
Dei um vintém ao barqueiro, Ai
Fui p´ra casa com dez réis,
Dei um vintém ao barqueiro, Ai,
Fui p'ra casa com dez réis.
Pela folha da vindima,
pagaram-me a trinta réis;
Faço-me desatendida, Ai,
A mim não me escapa nada,
Faço-me desatendida, Ai,
A mim não me escapa nada.
Estou debaixo da latada,
nem à sombra, nem ao sol;
Estou ao pé do meu amor, Ai,
Nã há regalo maior,
Estou ao pé do meu amor, Ai,
Não há regalo maior.
Fonte.
sexta-feira, 9 de setembro de 2005
Desafio: Top 5
Correspondendo a um desafio feito pelo meu querido amigo Art Of Love, e apesar de não ser particular apreciadora destes desafios, aqui ficam os meus Top 5 :
Idiossincrasias: as 5 menos
• Hipocrisia: Virtudes e sentimentos de quem realmente não os tem isso choca-me
• Ódio:O sentimento mesquinho dos que não sabem amar
• Pedofilia: O maior crime da humanidade
• Maus tratos a animais: A selvajaria do homem
• Incapacidade para acreditarmos em nós próprios, seres humanos: O sentimento dos que não sabem olhar além do seu umbigo
Idiossincrasias: as 5 mais
• O Sorriso de uma criança: A pureza a verdade
• A alegria: Sentir que não fiz mal a ninguém e que vi o meu próximo
• O contacto com a natureza: Ver uma árvore a desabrochar, uma flor a abrir
• A capacidade do ser humano, conseguir perdoar ao próximo:A nobreza, a sublimação
• O amanhecer: Saber que estou viva e que tenho algo de mim para oferecer
5 Álbuns
• Dial a Song: They Might Be Giants
• Acoustica: Scorpions
• Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band: The Beatles
• War: U2
• Lisboa: MadreDeus
5 Canções
• Imagine: John Lennon
• New Year's Day: U2
• You & I: Scorpions
• You've Got a Friend: James Taylor
• Another First Kiss: They Might be Giants
5 Álbuns no Ipod ou outro
• Confesso-me não proprietária de tais modernices
5 mp3 na playlist
• Enfim, também não tenho...
Vou passar a bola para umas amigas muito queridas e um amigo:
• A Elise, do Letters From Elise
• A Cakau, de Um Paraíso no Inferno
• A Ritisabel, do Pegadas Na Areia
• Ao Nilson, do Not In My Back Yard Polis
• A Kikas, do Oásis
quarta-feira, 7 de setembro de 2005
A Mulher é a Melhor Amiga do Homem...
Traduzo aqui, uma canção iraquiana que louva a Mulher - "A Mulher é a melhor amiga do homem":
A Mulher é metade da sociedade, tu ainda não sabes isso? A Mulher é a maior das Escolas, se pensares nisso. Ela apenas não cozinha ou limpa, ela apenas não educa as crianças...
A Mulher é a Escola para todas as idades, é a Escola para todas as idades...
A Mulher é a Luz que ilumina os cantos da casa. Ela criou-me e ensinou-me, e indicou-me o caminho. Ela ficou acordada todas as noites e ficou cansada. Sofreu muito, até eu ter crescido. Ela tolerou todos os cochichos...
A Mulher é a Escola para todas as idades, é a Escola para todas as idades...
A Mulher é a melhor amiga do homem. A Mulher é a Luz que ilumina o caminho. A Mulher é a melhor amiga do homem. A Mulher é a luz que ilumina o caminho. Ela fica acordada à noite, o máximo que pode, e não se queixa. Ela traça o caminho da esperança...
A Mulher é a Escola para todas as idades, é a Escola para todas as idades...
sábado, 3 de setembro de 2005
De volta
Tenho passado por momentos bastante maus na minha vida, mas quem não passa não é humano. Já dei a volta, eis-me de novo para prosar convosco, e decidi contar-vos como o fiz. Vamos lá aos finalmente, porque isto é trololó de lamechas…
Andava eu mui triste e desiludida com a vida, quando comecei a pensar em tomar medidas para alterar o meu estado depressivo, e de uma forma radical. Primeira medida em que pensei: suicídio! Parti então à procura, na Net, de sites que mostrassem a melhor forma de o fazer. Por muito que procurasse, não encontrei nada que assegurasse uma partida com grande estardalhaço!
Muito bem, pensei eu, tá a começar mal!! Decidi avaliar os métodos tradicionais, de que todos ouviram falar. Primeiro pensei no enforcamento: corda no pescoço e pronto. Nah... iria ficar toda preta e com a língua de fora! Que má educação, que forma de receber quem me descobrisse, que cena! Hipótese rejeitada!
Pensei, depois em deixar-me cair num poço! Hmmm... será que alguém me encontraria? E se não me encontrassem, onde iriam colocar os milhares de ramos de flores a que tenho direito?! Nah, essa também não.
Pensei, já desesperada pela falta de alternativa, em cortar os pulsos. Comecei a olhar para eles, tão lindos (!), com estas lindas veias azuizinhas e a imaginar a cena: um rio de sangue, ai, ai! Deu-me um arrepio e pensei: não, não que ainda me aproveitam o sangue para fazer morcelas! Que horror!!!
Comecei a pensar noutra saída. Fugir... a ideia atingiu-me de sopetão. Vou para Marte! Nah, quem me levaria? O meu carro não voa (embora às vezes pareça!). Pois, depois de muito puxar pelos meus neurónios (que até cresceram!), eis que decidi refugiar-me no deserto do Sara. Não teria ninguém para me chatear e assim poderia, por fim, viver a vida descansada e merecida. Comecei a fazer a mala da roupa para levar. Sou uma rapariga organizada, mas na hora em que fui buscar o meu querido companheiro das horas más, aquele que me transporta até vós, o meu portátil, a crueza da realidade atingiu-me duramente! Não posso ir, não há Clix no Sara! Nem imaginam como fiquei desolada, fartei-me de praguejar (coisa que só faço em cirunstâncias absolutamente excepcionais, asseguro-vos!!!).
Resignada à minha impotência, acabei por me convencer que teria de cá ficar! Dadas as circunstâncias, o que fazer?! Optei, então, por fazer uma plástica e mudar o meu visual. Aqui está o antes, e o depois. Isto para não ter mais quem me infernize a vida, a dizer que sou vaidosa, e que gasto rios de dinheiro para me alindar. Já que os lisboetas dizem que nós, as mulheres de Braga, não fazemos a depilação, logo eu que a tinha feito a laser!, só com um transplante voltei a ter os ditos.
E que tal gostam da nova Adrykazinha ;)? Espero que sim! O meu bigode dá-me um gozo da porra. Por vós, meus amigos blogueiros, sou capaz de tudo até de me transformar, para não perder o vosso carinho.
Estou grata a todos.
Beijos muitos e obrigados pelo apoio que me deram e pelas vossas palavras de conforto, nesta hora muito conturbada da minha vida.
Fico a dever-vos esta.
Uma pétala para cada um de vós
terça-feira, 30 de agosto de 2005
"Sorriso"
O SORRISO
Creio que foi o sorriso,
0 sorriso foi quem abriu a
porta.
Era um sorriso com
muita luz
lá dentro, apetecia
entrar nele, tirar a roupa,
ficar
nu dentro daquele
sorriso.
Correr, navegar, morrer
naquele sorriso.
Autor: Eugénio de Andrade
A todos deixo o meu sorriso... Uma boa semana.
sexta-feira, 26 de agosto de 2005
A Amizade
Capítulo VI
DEFINIÇÃO E EXCELÊNCIA DA AMIZADE
A amizade é uma suma harmonia nas coisas divinas e humanas, com benevolência e amor. Dons tão grandes, que não sei se os Deuses concederam (exceto à sabedoria), outro maior aos mortais. Preferem uns a riqueza, outros a boa saúde, outros o poder, outros as honras, e, muitos, os prazeres. Estes últimos são só muito próprios das bestas, e o outro caduco e perecível, dependente não do nosso arbítrio, mas da inconstante fortuna. E assim discorrem nobremente os que constituem o sumo bem na virtude e esta mesma é a que engendra e mantém as amizades, de modo que, sem ela, não pode existir amizade de modo nenhum. Interpretemos, pois, a virtude, como costumamos entendê-la, pelo uso comum da vida e não ameacemos como alguns doutos por certa magnificência de palavras. Contemos por bons aos que por bons são tidos, tais como os Paulos, os Catões, os Galos, os Cipiões, com os quais se contenta o comum da vida, e deixemos aqueles dos quais nos é impossível falar. Entre tais sujeitos, tem a amizade tantas conveniências quantas não saberei eu dizer.
Porque em primeiro lugar, como pode ser suportável (como diz Enio) a vida que não repousa na mútua benevolência de um amigo? Que coisa tão doce como ter um com quem falar de todo tão livremente como consigo mesmo? Seria porventura tão grande o fruto das prosperidades, se não tivéssemos quem delas se alegrasse, tanto quanto nós mesmos? E se poderiam sofrer as adversidades sem alguém que as sentisse ainda mais que aqueles mesmo que as experimentaram? Finalmente tantas quantas coisas se apetecem, cada uma tem o seu uso particular: a riqueza, para o uso; o poder, para a veneração; as honras, para o aplauso; os prazeres, para o gozo; a saúde, para não sentir dores e ser expedito nos exercícios culturais; a amizade abarca muitas cousas; para qualquer parte que nos volvamos a encontrarmos solicita, em todos tem lugar, nunca é impertinente, jamais molesta. De modo que não usamos mais da água e do fogo, como dizem, que da amizade. E não falo agora de uma amizade vulgar ou mediana (embora também esta deleite e aproveite), mas da verdadeira e perfeita, como foi a daqueles poucos que são tão afamados. Esta faz mais abundantes as prosperidades e as adversidades, rompendo-as e unindo-as, tornando-as mais suportáveis. Fonte.
Autor: Cícero, "Diálogo sobre a Amizade".
Bom fim de semana a todos.