Onde há inveja e rivalidade, também há desordem e toda a espécie de más acções. Mas a sabedoria que vem do alto é pura, pacífica, compreensiva e generosa, cheia de misericórdia e de boas obras, imparcial e sem hipocrisia.O fruto da justiça semeia-se na paz para todos os que praticam a paz.
De onde vêm as guerras? De onde procedem os conflitos entre nós? Não é, precisamente, das paixões que temos? Cobiçamos e nada conseguimos: então assassinamos, física e moralmente. Somos invejosos e não podemos obter nada: então entramos em conflitos e guerras. Nada temos, porque nada pedimos. Pedimos e não recebemos, porque pedimos mal, pois o que pedimos é para satisfação das nossas paixões.
Culpamos Deus por todas as nossas desgraças, quando nós somos pessoas livres de decidir a nossa vida. Quantas vezes nos zangamos com Deus e lhe viramos as costas e só nas horas de dor nos lembramos dele!?... Porque somos assim? Porque invejamos sempre quem está acima de nós? Sei que nem todos são assim, mas uma grande maioria é. Infelizmente esta é a realidade...
Esta é uma verdade real,que muito me magoa!...
Escrevo em testamento este poema.Que ele tenha, na angústia com que o ligo, O brilho rutilante duma gema achada nos farrapos de um mendigo. Ao vesperal crespúsculo da vida e sob o olhar é que o componho; Erguendo assim, por minha despedida,O último escalão dum alto sonho. Este poema é dedicado a todos os que como eu tiveram um grande sonho.
quarta-feira, 27 de setembro de 2006
domingo, 24 de setembro de 2006
Recordo-te como eras...
Recordo-te como eras no Outono passado.
Eras a boina cinzenta e o coração em calma.
Nos teus olhos lutavam as chamas do crepúsculo.
E as folhas caíam na água da tua alma.
Fincada nos meus braços como uma trepadeira,
as folhas recolhiam a tua voz lenta e em calma.
Fogueira de estupor onde a minha sede ardia.
Doce jacinto azul torcido sobre a minha alma.
Sinto viajar os teus olhos e é distante o Outono:
boina cinzenta, voz de pássaro e coração de casa
para onde emigravam os meus profundos desejos
e caíam os meus beijos alegres como brasas.
Céu visto de um navio. Campo visto dos montes:
a lembrança é de luz, de fumo, de lago em calma!
Para lá dos teus olhos ardiam os crepúsculos.
Folhas secas de Outono giravam na tua alma
Pablo Neruda
Eras a boina cinzenta e o coração em calma.
Nos teus olhos lutavam as chamas do crepúsculo.
E as folhas caíam na água da tua alma.
Fincada nos meus braços como uma trepadeira,
as folhas recolhiam a tua voz lenta e em calma.
Fogueira de estupor onde a minha sede ardia.
Doce jacinto azul torcido sobre a minha alma.
Sinto viajar os teus olhos e é distante o Outono:
boina cinzenta, voz de pássaro e coração de casa
para onde emigravam os meus profundos desejos
e caíam os meus beijos alegres como brasas.
Céu visto de um navio. Campo visto dos montes:
a lembrança é de luz, de fumo, de lago em calma!
Para lá dos teus olhos ardiam os crepúsculos.
Folhas secas de Outono giravam na tua alma
Pablo Neruda
sábado, 16 de setembro de 2006
Uma geração de medrosos?
(podem pôr um fim às vossas fobias, investindo neste fato de criança à prova de germes e radiação)
É normal (e desejável) os pais preocuparem-se com a saúde, a segurança e o futuro dos seus filhos. Mas por vezes essa preocupação torna-se numa obsessão no que diz respeito a rotinas diárias. Uma boa parte dos pais parecem esperar que algo de muito grave vai acontecer às suas crianças - alguns especialistas usam mesmo o termo "paranóia parental".Embora as estatísticas provem que as crianças estão mais seguras nos dias que correm, os pais parecem cada vez mais preocupados com o que pode acontecer aos seus filhos e menos confiantes nas suas capacidades parentais.
Mas vários estudos revelaram que as crianças com pais super-protectores tendem a ser medrosas e introvertidas. Quando adultas são facilmente influenciadas por outros e podem sofrer de depressão e ansiedade.
Por isso, não devemos esquecer a importância da aprendizagem, através da experiência e dos erros que cometemos - aquele joelho esfolado ensinou-me a não fazer acobracias com a bicicleta. É necessário que as crianças (com a supervisão adequada) explorem o meio que as rodeia e que descubram por si próprias a solução para muitos dos seus problemas e as lições nas suas pequenas aventuras.
O objectivo final da educação é o de criar um adulto independente e não um eterno adolescente que depende de forma contínua dos pais e receia a sociedade. O medo não pode ser a emoção dominante numa relação pai-filho ou adulto-criança.
segunda-feira, 11 de setembro de 2006
A Terra dos Homens Livres
Esta é uma homenagem simples a um povo, a uma nação, que há 5 anos foi alvo de um ataque covarde, virado contra cidadãos inocentes, que mais não faziam do que iniciar um novo dia de trabalho.
Quem foi atacado no dia 11 de Setembro de 2001 foi a América. A América generosa, que ajudou a Europa em duas guerras mundiais e a livrou do fascismo. A América financiadora da reconstrução europeia do pós guerra, a América que permitiu o desenvolvimento europeu e a libertação da asfixia comunista, a América pátria de muitas pátrias, a América “melting-pot”, de italianos, irlandeses, mexicanos, cubanos, eslavos, e de tantas outras nacionalidades. A América da liberdade onde, até hoje, os muçulmanos que lá vivem fazem-no, apesar de tudo, com liberdade e respeito, e não recorrem ao terrorismo, como acontece noutras latitudes (que melhor exemplo de tolerância e liberdade religiosa?!). A América que foi atacada é a América da liberdade científica e do desenvolvimento tecnológico, da economia pujante, locomotiva do mundo. A América que, generosamente, sacrificou os seus filhos na Flandres, nas praias da Normandia, mas também nos desertos do Kuwait, em Beirute ou na Somália.
A América que foi atacada foi-o por ser grande em tudo, nas coisas boas, também nalgumas coisas menos boas, mas sobretudo grande na liberdade, grande no sacrifício. A América foi atacada precisamente porque essa liberdade, de que todos gostosamente usufruímos, é também uma fraqueza, como desgraçadamente comprovámos em Madrid ou em Londres. O nosso futuro está e estará necessariamente ligado ao dessa América, admirável, tantas vezes mesquinhamente odiada, por ser, no bem, mas também nalgumas coisas menos boas, uma referência do Ocidente.
A essa América, terra de homens livres, terra dos bravos, presto hoje a minha homenagem.
Quem foi atacado no dia 11 de Setembro de 2001 foi a América. A América generosa, que ajudou a Europa em duas guerras mundiais e a livrou do fascismo. A América financiadora da reconstrução europeia do pós guerra, a América que permitiu o desenvolvimento europeu e a libertação da asfixia comunista, a América pátria de muitas pátrias, a América “melting-pot”, de italianos, irlandeses, mexicanos, cubanos, eslavos, e de tantas outras nacionalidades. A América da liberdade onde, até hoje, os muçulmanos que lá vivem fazem-no, apesar de tudo, com liberdade e respeito, e não recorrem ao terrorismo, como acontece noutras latitudes (que melhor exemplo de tolerância e liberdade religiosa?!). A América que foi atacada é a América da liberdade científica e do desenvolvimento tecnológico, da economia pujante, locomotiva do mundo. A América que, generosamente, sacrificou os seus filhos na Flandres, nas praias da Normandia, mas também nos desertos do Kuwait, em Beirute ou na Somália.
A América que foi atacada foi-o por ser grande em tudo, nas coisas boas, também nalgumas coisas menos boas, mas sobretudo grande na liberdade, grande no sacrifício. A América foi atacada precisamente porque essa liberdade, de que todos gostosamente usufruímos, é também uma fraqueza, como desgraçadamente comprovámos em Madrid ou em Londres. O nosso futuro está e estará necessariamente ligado ao dessa América, admirável, tantas vezes mesquinhamente odiada, por ser, no bem, mas também nalgumas coisas menos boas, uma referência do Ocidente.
A essa América, terra de homens livres, terra dos bravos, presto hoje a minha homenagem.
quinta-feira, 7 de setembro de 2006
Vais aprender a não chorar...
Há muitas formas de abusar de uma criança. Na minha opinião, podemos testemunhar a forma mais atroz de abuso infantil em vários conflitos armados em África, na América do Sul, no Médio Oriente e na Ásia. Desde cedo, crianças e adolescentes aprendem a assassinar, torturar, raptar ou até a cometer o suícidio em nome de uma causa.
Na última década morreram 2 milhões de crianças em conflitos armados e 6 milhões ficaram gravemente feridas. Falamos de crianças que foram assassinadas, violadas ou exploradas como soldados. A ONU estima que neste momento há 250 000 crianças envolvidas de forma activa em conflitos armados.
O minímo que se espera de um indivíduo, de um partido, de uma organização, de um país, será a condenação do recrutamento de crianças e jovens adolescentes por parte de grupos, guerrilhas ou governos envolvidos em conflitos armados. Os que semeiam o ódio e prejudicam de forma violenta o futuro de várias gerações devem ser (pelo menos) denunciados.
Podem obter mais informação aqui.
Este post vem a propósito do apoio descarado do PCP às FARC - movimento terrorista colombiano que recrutou e recruta para as suas fileiras milhares de crianças.
Na última década morreram 2 milhões de crianças em conflitos armados e 6 milhões ficaram gravemente feridas. Falamos de crianças que foram assassinadas, violadas ou exploradas como soldados. A ONU estima que neste momento há 250 000 crianças envolvidas de forma activa em conflitos armados.
O minímo que se espera de um indivíduo, de um partido, de uma organização, de um país, será a condenação do recrutamento de crianças e jovens adolescentes por parte de grupos, guerrilhas ou governos envolvidos em conflitos armados. Os que semeiam o ódio e prejudicam de forma violenta o futuro de várias gerações devem ser (pelo menos) denunciados.
Podem obter mais informação aqui.
Este post vem a propósito do apoio descarado do PCP às FARC - movimento terrorista colombiano que recrutou e recruta para as suas fileiras milhares de crianças.
sexta-feira, 1 de setembro de 2006
E a máscara vai caindo...
O presidente do Irão. O parceiro é desconhecido...
O prazo dado pelo Conselho de Segurança da ONU ao Irão para cessar as suas actividades de enriquecimento de urânio terminou ontem. O discurso dos líderes iranianos, em particular do seu, apenas aparentemente anedótico, presidente continua “firme e hirto”. O Irão, por sua vontade, não cessará as suas actividades na nada secreta procura da obtenção da arma nuclear, não tendo qualquer problema em ignorar as resoluções do Conselho de Segurança da ONU.
No plano interno, a linha dura do xiismo religioso vai perdendo a sua face mais cordata. Nas escolas iranianas começou já a separação física de homens e mulheres, nos locais até hoje frequentados, num ambiente “quasi-ocidental” começam a surgir outras restrições, como a proibição de as mulheres poderem fumar em público, ou a instituição de regras sobre o que devem vestir. Outros sinais reveladores são as recentemente iniciadas operações de confiscação das antenas de satélite que permitiam aos cidadãos iranianos o acesso aos meios de informação não controlados pelo estado...
Os sinais são claros e vão sendo assumidos com maior naturalidade pelo regime iraniano. A máscara de um regime fundamentalista vai caindo. No Líbano, depois de uma guerra iniciada em consequência de acções do movimento por si apoiado e financiado, os catalizadores da destruição financiam agora a reconstrução do Líbano, prosseguindo na sua batalha pelos “corações libaneses”, atráves da entrega de dinheiro aos cidadãos que viram bens destruídos em consequência da guerra (o que, de novo, por si só, nada teria de mal, apesar da ironia de se ter quem financiou o movimento que desencadeou a guerra a financiar a reparação de alguns dos danos materiais que dela resultaram).
Uma coisa é clara, desde já. Há um regime fundamentalista no Irão, que tem pretensões de dominação regional, que procura activamente a arma nuclear, que tem seguido uma estratégia discreta, inteligente, mas eficaz, para atingir os seus objectivos. As consequências para o equilibrio regional e até para o bem estar económico, para a paz no Ocidente, (de que fazemos parte) que poderiam resultar da obtenção da arma nuclear não são difíceis de imaginar.
Ironicamente, o regime sunita de Saddam Hussein sempre funcionou com um factor de contenção do expansionismo xiita iraniano. Com a invasão americana esse papel terminou. Infelizmente, há outra consequência muito negativa: a ameaça de uma solução militar para a resolução do problema nuclear iraniano saiu fortemente prejudicada pelo isolacionismo americano no avanço para a guerra no Iraque. O problema é que dificilmente haverá solução não militar para este problema e, até Israel, que no passado tinha terminado com uma situação similar no Iraque, não parece em grande posição para poder dar a ajuda necessária... As consequências podem ser graves. Fundamentalismo religioso e bomba atómica não são a associação mais tranquila para o Ocidente... e para as monarquias árabes do Golfo que asseguram um dos bens essencias para a evolução económica desse mesmo Ocidente.
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