quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

2 anos de Cavaco

Cavaco completou dois anos na Presidência da República. São dois anos cujo balanço é positivo e a importãncia da forma como tem exercido o mandato tem-se notado mais nos últimos tempos.
Foi capaz de, com pézinhos de lã, sem fazer grande ruído, criar as condições para que o governo do primeiro ministro mais postiço e arrogante de que há memória (mais até do que o próprio Cavaco), tivesse de engolir o chapéu e desistir da grossa asneira que seria a Ota.
Foi capaz, de um modo igualmente inteligente, dar voz àquilo que todos sentimos em relação às reformas da saúde – só se vêm unidades de saúde a fechar, urgências substituídas por ambulãncias, um enorme desprezo pelas pessoas, de modo tão contrário ao que seria de esperar de um governo de um partido dito socialista. Tem revelado uma sensibilidade muito grande para questões que vão adquirir cada vez mais importância, como os problemas relacionados com os idosos e os que sofrem de exclusão social. Ao contrário do governo plástico, que vive dos momentos de propaganda cuidadosamante encenados, ao ínfimo pormenor, Cavaco tem sido um presidente capaz de ecoar as preocupações do país.


Cavaco, o grande moderador


É curioso que o calculismo mediático e a vontade de mostrar tudo a uma luz positiva do Sr. Sócrates Pinto de Sousa tem servido a estratégia de Cavaco. Ao presidente basta levantar as questões de modo suave, que o nosso primeiro não arrisca uma crispação, não vá dar ao país a imagem de que algo vai mal (como se nós não soubéssemos, mas que convém que a imagem de país em mudança para melhor passada pela socrática máquina de propaganda não seja contrariada logo pelo presidente.
Cavaco tem sido um factor de equilibrio e moderação do governo mais arrogante da história da democracia. Nem que seja só por isso, já valeu a pena votar nele.

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