Escrevo em testamento este poema.Que ele tenha, na angústia com que o ligo, O brilho rutilante duma gema achada nos farrapos de um mendigo. Ao vesperal crespúsculo da vida e sob o olhar é que o componho; Erguendo assim, por minha despedida,O último escalão dum alto sonho. Este poema é dedicado a todos os que como eu tiveram um grande sonho.
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
Lágrimas ocultas...
Se me ponho a cismar em outras eras
Em que ri e cantei, em que era querida,
Parece-me que foi noutras esferas,
Parece-me que foi numa outra vida...
E a minha triste boca dolorida,
Que dantes tinha o rir das primaveras,
Esbate as linhas graves e severas
E cai num abandono de esquecida!
E fico, pensativa, olhando o vago...
Toma a brandura plácida dum lago
O meu rosto de monja de marfim...
E as lágrimas que choro, branca e calma,
Ninguém as vê brotar dentro da alma!
Ninguém as vê cair dentro de mim!
Florbela Espanca
terça-feira, 11 de agosto de 2009
Antes de nos cruzar...
Muito antes da vida ser
percepções cósmicas cruzavam
ares e mares submersos
Escuras cavernas
úmidas de sombras
faziam tremer as bases
O medo impedia a libertação.
Na garganta o profundo
silêncio do tempo
O caos interior
embaralhava as letras
e o verbo se perdia
no coração das palavras
Explodiu o Big-Bang
e suaves pensamentos
libertaram voz e luz
Autora: Graça Ribeiro
Publicada por
Crepúsculo Maria da Graça Oliveira Gomes
à(s)
terça-feira, agosto 11, 2009
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sábado, 8 de agosto de 2009
São pedaços...
O verbo mantém a ordem.
Triste, o adjetivo chora.
É tudo um jogo:
As cartas marcadas
o limite das palavras
a poesia do tempo
a ilusão que consola
a letra que sobrevive
ao ponto final.
As marcas da vida
são pedaços de sonhos
limitados por vírgulas.
Por:Graça Ribeiro
Publicada por
Crepúsculo Maria da Graça Oliveira Gomes
à(s)
sábado, agosto 08, 2009
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