domingo, 30 de abril de 2006

Um poema que me enviaram, e decidi partilha-lo



Eu, que sou feio, sólido, leal,
A ti, que és bela, frágil, assustada,
Quero estimar-te, sempre, recatada
Numa existência honesta, de cristal.
Sentado à mesa dum café devasso,
Ao avistar-te, há pouco, fraca e loura,
Nesta Babel tão velha e corruptora,
Tive tenções de oferecer-te o braço.
E, quando socorreste um miserável,
Eu, que bebia cálices de absinto,
Mandei ir a garrafa, porque sinto
Que me tornas prestante, bom, saudável.
"Ela aí vem!" disse eu para os demais;
E pus-me a olhar, vexado e suspirando,
O teu corpo que pulsa, alegre e brando,
A ti, que és ténue, dócil, recolhida,
Via-te pela porta envidraçada;
E invejava, – talvez que o não suspeites! –
Esse vestido simples, sem enfeites,
Nessa cintura tenra, imaculada.
Ia passando, a quatro, o patriarca,
Triste eu saí. Doía-me a cabeça.
Uma turba ruidosa, negra, espessa,
Voltava das exéquias dum monarca.
Adorável! Tu, muito natural,
Seguias a pensar no teu bordado;
Avultava, num largo arborizado,
Uma estátua de rei num pedestal.
Sorriam, nos seus trens, os titulares;
E ao claro sol, guardava-te, no entanto,
A tua boa mãe, que te ama tanto,
Que não te morrerá sem te casares!
Soberbo dia! Impunha-me respeito
A limpidez do teu semblante grego;
E uma família, um ninho de sossego,
Desejava beijar sobre o teu peito.
Com elegância e sem ostentação,
Atravessavas branca, esbelta e fina,
Uma chusma de padres de batina,
E de altos funcionários da nação.
"Mas se a atropela o povo turbulento!
Se fosse, por acaso, ali pisada!"
De repente, paraste embaraçada
Ao pé dum numeroso ajuntamento.
E eu, que urdia estes fáceis esbocetos,
Julguei ver, com a vista de poeta,
Uma pombinha tímida e quieta
Num bando ameaçador de corvos pretos.
E foi, então, que eu, homem varonil,
Quis dedicar-te a minha pobre vida,
Na frescura dos linhos matinais.

quinta-feira, 27 de abril de 2006

Pergunta (8)


Qual foi o momento da vossa vida em que se sentiram muito sozinhos?

segunda-feira, 24 de abril de 2006

Foi Fantástico o Golpe de estado no dia 25 de Abril de 1974

Olá amigos.
Mais uma vez aqui estou eu para falar de algo, de preferência algo que seja real e tenha a ver comigo e com a minha maneira de pensar e de estar na vida. Hoje vou falar sobre o 25 de Abril, sem ofensa para ninguém, porque somos livres de dizer o que nos vai na alma e de expressar o que sentimos. Quero dizer-vos que o 25 de Abril, como fim de um regime anquilosado, foi fantástico para o comum dos Portugueses. Impossível ficar indiferente, bravos alguns homens bons, que tornaram possível esse golpe de estado, de que o nosso país tanto precisava, pois era um país que se encontrava virado para si próprio e fechado para o mundo exterior.


Existiam também muitas desigualdades, ora se existiam. Portugal pertencia a meia dúzia de pessoas e essas controlavam e exploravam todo um povo, que então vivia miseravelmente. Tinham esses senhores, donos do meu país, um testa de ferro que era o então primeiro ministro. Eles diziam ao primeiro ministro de então quem os incomodava e como tal exigiam que esse incómodo fosse eliminado, e era mesmo preso ou morto, se não fugisse a tempo, mas que saía de cena, isso saia. Bastava a alguém falar mal do poder para ser aprisionado. O golpe de estado foi fantástico, libertou o povo e abriu as portas do meu País ao mundo.

Mas o que se passou a seguir ao golpe de estado foi uma desilusão completa! Se então o país vivia pobre e os seus governantes também não viviam ricos assim como os seus famíliares, depois passou a haver um esbanjamento de tudo o que era património. Éramos um dos países do mundo onde havia mais ouro e divisas, tínhamos um rico património estatal, mas isso era sangue suor e lágrimas de todo um povo . A revolução que se seguiu foi desastrosa! Ninguém ganhou com ela, a não ser uma nova classe que daí emergiu, que são esses profissionais da mais "nobre" profissão do mundo, os políticos, que elaboraram leis a rodos à medida dos seus interesses! Africa foi entregue não aos africanos sem cor, mas sim, virtualmente, aos Africanos de cor preta, e de uma determinada cor politica, mas verdadeiramente às grandes potências, com um particular favorecimento à União Soviética. Uma desgraça para todos eles, assim como para as pessoas de origem europeia, que lá viviam há séculos.
Africa ganhou com isso? Portugal ganhou com isso? Não sei se repararam que morreram mais africanos depois do 25 de Abril do que durante toda a guerra colonial. E a fome em Africa, já a esqueceram? Esta imagem é um símbolo claro da fome que se passa, na então bela e próspera Africa.

E as pessoas brancas que lá viviam? Houve um senhor político português que um dia disse esta frase em Luanda, quando lhe foi perguntado o que fazer com os brancos que lá viviam: resposta categórica: mandem-nos num barco a remos pela Baía fora para o alto mar, o mar encarrega-se deles…
Que é feito do dinheiro das barras do ouro e do Património do meu país, e ainda dos milhões que entraram cá vindos da CEE? Não sou saudosista, porque abominava os ricos do passado e a forma como lidavam com os subalternos. Essas pessoas mereciam ficar pobres e ser submetidas a todas as atrocidades que fizeram. Mas meus amigos, no outro tempo os governantes dirigiam-se para a assembleia da república por meios próprios. E agora? O Senhor Guterres tinha 42 automóveis e 84 motoristas. Hoje se alguém quiser antecipar a reforma, tem logo cortes drásticos, mas se algum deputado estiver na assembleia da república, basta só 6 meses para vir com uma reforma choruda. Afinal como é? Existem portugueses de 1ª, de 2ª e de terceira? A minha mãe criou 10 filhos. Sabe Deus o que passou para os conseguir criar, e tem agora para viver uma pensão social de 160 Euros! Isto é justiça? Dantes não se podia falar mal do poder, mas hoje podemos falar mal do poder á vontade ...até ver. É a única liberdade que ganhamos com isto, quando temos tudo sobre controlo do estado…
Pagamos impostos loucos em tudo, vivemos numa crise aterradora. Mas o nosso Primeiro de hoje dá-se ao luxo de requisitar um avião às forças armadas para ver um jogo de futebol que iria disputar-se a 200 quilómetros de Lisboa… Afinal a crise é para quem? Querem um novo aeroporto, somos um país pequeno temos 3 aeroportos, para quê mais um ? Para receber turismo! O que temos para oferecer aos turistas?! Que infra-estruturas temos para receber turismo de qualidade, que faça entrar divisas no nosso país? Vamos recebê-los dentro do aeroporto? Será?
10 campos de futebol novos, quem os está a pagar? E para que servem? Temos condições para estes luxos? Quem está a pagar tudo isto? Somos nós, o Zé povinho...
Ainda não acordou o meu povo…Não quero falar de mais nada, porque fui ludibriada.
Sinto-me enganada com as promessas do golpe de Estado do 25 de Abril, vou festejar o quê? os luxos da nossa classe política que foi quem ganhou e ganha com o golpe de estado.Acorda meu povo!

sexta-feira, 21 de abril de 2006

Nascidos antes de 1986 (recebido por email)

Tempos idos............

De acordo com os reguladores e burocratas de hoje, todos nós que nascemos
nos anos 60, 70 e princípio de 80 não devíamos ter sobrevivido até hoje,
porque as nossas caminhas de bebé eram pintadas com cores bonitas em tinta à
base de chumbo que nós muitas vezes lambíamos e mordíamos. Não tínhamos
frascos de medicamento com tampas "à prova de crianças" ou fechos nos
armários e podíamos brincar com as panelas. Quando andávamos de bicicleta,
não usávamos capacetes.
Quando éramos pequenos viajávamos em carros sem cintos e airbags - viajar à
frente era um bónus. Bebíamos água da mangueira do jardim e não da garrafa e
sabia bem. Comíamos batatas fritas, pão com manteiga e bebíamos gasosa com
açúcar, mas nunca engordávamos porque estávamos sempre a brincar lá fora.
Partilhávamos garrafas e copos com os amigos e nunca morremos disso.
Passávamos horas a fazer carrinhos de rolamentos e depois andávamos a grande
velocidade pelo monte abaixo, para só depois nos lembrarmos que esquecemos
de montar uns travões. Depois de acabarmos num silvado, aprendíamos.
Saímos de casa de manhã e brincávamos o dia todo, desde que estivéssemos em
casa antes de escurecer. Estávamos incontactáveis e ninguém se importava com
isso. Não tínhamos Play Station, X Box. Nada de 40 canais de televisão,
filmes de vídeo, home cinema, telemóveis, computadores, DVD, Chat na
Internet. Tínhamos amigos - se os quiséssemos encontrar íamos à rua.

Jogávamos ao elástico e à barra e a bola até doía! Caíamos das arvores,
cortávamo-nos, e até partíamos ossos mas sempre sem processos em tribunal.

Havia lutas com punhos mas sem sermos processados. Batíamos às portas de
vizinhos e fugíamos e tínhamos mesmo medo de sermos apanhados.
Íamos a pé para casa dos amigos. Acreditem ou não íamos a pé para a escola;
não esperávamos que a mamã ou o papá nos levassem. Criávamos jogos com paus
e bolas. Se infringíssemos a lei era impensável os nossos pais nos safarem,
eles estavam do lado da lei. Esta geração produziu os melhores inventores e
desenrascados de sempre. Os últimos 50 anos têm sido uma explosão de
inovação e ideias novas. Tínhamos liberdade, fracasso, sucesso e
responsabilidade e aprendemos a lidar com tudo.

És um deles? Parabéns!

Passa esta mensagem a outros que tiveram a sorte de crescer como verdadeiras
crianças, antes dos advogados e governos regularem as nossas vidas, "para
nosso bem". Para todos os outros que não têm idade suficiente pensei que
gostassem de ler acerca de nós. Isto meus amigos é surpreendentemente
medonho ... e talvez ponha um sorriso nos vossos lábios:

A maioria dos estudantes que estão nas universidades hoje nasceram em
1986...chamam-se jovens. Nunca ouviram "we are the world" e "Uptown Girl"
conhecem de Westlife e não Billy Joel. Nunca ouviram falar de Rick Astley,
Bananarama ou Belinda Carlisle. Para eles sempre houve uma Alemanha e um
Vietname. A SIDA sempre existiu. Os CD's sempre existiram. O Michael Jackson
sempre foi branco.

Para eles o John Travolta sempre foi redondo e não conseguem imaginar que
aquele gordo fosse um dia deus da dança. Acreditam que Missão Impossível e
Anjos de Charlie são filmes do ano passado. Não conseguem imaginar a vida
sem computadores. Não acreditam que houve televisão a preto e branco.

Agora vamos ver se estamos a ficar velhos:

1.. Entendes o que está escrito acima e sorris
2.. Precisas de dormir mais depois de uma noitada
3.. Os teus amigos estão casados ou a casar
4.. Surpreende-te ver crianças tão à vontade com computadores
5.. Abanas a cabeça ao ver adolescentes com telemóveis
6.. Lembras-te da Gabriela (a primeira vez) 7.. Encontras amigos e falas dos
bons velhos tempos
8.. Vais encaminhar este e mail para outros amigos porque achas que vão
gostar.
SIM ESTÁS A FICAR VELHO!!
(mas a idade é um estado de Espírito, certo!?)

terça-feira, 18 de abril de 2006

Poema de um Crente

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Vais na vida andando
-nos dizeres teus-
falando, negando,
Que existe Deus!
E lá vais dizendo
Que o não vês, não sentes...
Não vês que, não vendo,
A ti próprio mentes?

Já viste a beleza
Que o inverno teve
na alva leveza
do cair da neve?

Ouviste algum dia
Ao nascer do Sol
O canto, a alegria
D'algum rouxinol?

Já ouviste o vento
Nas folhas tocar
E no seu lamento
traz ao pensamento
música elementar?

Já viste o sorriso
D'indizível esperança
Desenhado, preciso,
Em rosto de criança?

Já viste algum dia
Lá na serrania
Nos mais altos cumes
Ou nos largos prados
Os tons colorados,
Os doces perfumes,
Os milhões de cores
De múltiplas flores
Qu'alegram a alma
E na manhã calma
Suscitam amores?

Se não viste, és cego!
Não ouviste? És surdo!
Que Deus Ouve-se, Observa-se...
Pois está em nós...E em tudo!


PS: Não sou poeta, nem tenho jeito para a poesia. Mas uma pessoa muito próxima de mim escreveu este poema, que eu achei fantástico, neste final de quadra de Páscoa, que as pessoas comemoram com prazer incrível, mas sem devoção, dizendo não crer em Deus. Nesta imensa simplicidade, vai a grandeza dos crentes.
Os meus parabéns ao autor, José de Portugal.

sábado, 15 de abril de 2006

Para todos os Tomés deste mundo!


O Santo sudário e o jazigo original onde esteve Jesus, depois de ter sido entregue, após a morte na cruz, a José de Arimateia...

Aleluia, rejubilemos no senhor ele ressuscitou, Aleluia.

Disse o senhor a Tomé seu discipulo:
Porque me viste, acreditaste;
Felizes dos que acreditam sem terem visto.

sexta-feira, 14 de abril de 2006

Minuto de silencio pela morte de Jesus, hoje, 15h00


Hoje foi pendurado no madeiro
Aquele que pendurou a terra sobre as águas.

Uma coroa de espinhos foi colocada
sobre a cabeça do Rei dos Anjos.
Aquele que revestiu o céu com as nuvens
foi revestido de falsa púrpura.
Aquele que libertou Adão, no Jordão,
recebeu uma bofetada.
O Esposo da Igreja foi pregado com cravos
e o Filho da Virgem teve o lado aberto com uma lança.

Adoremos a tua Paixão, ó Cristo.
Mostra-nos pois, a tua Ressurreição gloriosa.

terça-feira, 11 de abril de 2006

Pergunta (7)



Qual é a melhor recordação que têm da vossa infância?

segunda-feira, 3 de abril de 2006

Eu não acredito e ponto final!


Meus amigos: uso o meu blog como uma página onde não gosto de colocar temas que me desagradam, ou seja, que não estão de acordo com a minha maneira de estar na vida.
Hoje quero falar-vos de uma situação que parece que surge aqui na blogsfera e que eu não acho bem. È o seguinte: Tenho lido, por aqui e por ali, que existem pessoas que fingem sentimentos dramáticos! Li, até, a forma em como o bloguer deve proceder para ter presas a si as pessoas condoídas com a sua dor…Acho isso degradante, de muito baixo gosto. A ser sincera, e já cá ando vai para 6 anos, nunca me apercebi de tal situação em lado algum. Acho muito bem que quem se sente mal emocionalmente use o seu canto para ser acarinhado pelos amigos virtuais. Eu já o tenho feito. Não vejo mal nenhum em buscar apoio a todos os lados possíveis. Estes são ainda melhores, pois não nos acusam de nada, só nos lêem e dão carinho ao jeito de cada um, e eu fico sempre muito grata. Por isso fico sempre com uma dívida com quem me dá apoio.
Desculpem o desabafo.
Falamos nele aquilo que achamos que devemos.
Não acredito, e durante os meus anos pela net já vi muita coisa, muita e desagradável até, mas alguém a fingir dor sem a sentir, eu e de todo nunca vi.
Mas em nome de quê fingir dor? Para ter muitos comentários? Isso não dá dinheiro e não é preciso, pois para ter muitos comentários é só visitar outros blogs, pois eles retribuem . Compaixão? Só uma pessoa doente quer que tenham compaixão dela, e se é uma pessoa doente precisa de ser ajudada e deveríamos ajudá-la! Eu, por muitos blogs que tenha visitado, nunca encontrei tal situação e custa-me acreditar nisso. A ser verdade sentiria demasiada vergonha por pertencer a um grupo de embustes. Eu nunca tive conhecimento de ninguém que se fizesse passar por sentimentos dramáticos e, se tivesse, teria pena dessa pessoa, pois sabia que ela não estava bem e que precisava de ser por nós ajudada. Ninguém mentalmente saudável faria tal coisa. E, mais, lamento a inveja que existe aqui na blogsfera - graças a Deus comigo não, pois eu adoro o meu blog - mas ao meu jeito é lindo e escrevo coisas que me chocam no dia a dia, e escrevo para os amigos que aqui arranjei, escrevo porque dou um grito, porque atiro a minha revolta para o meu cantinho. Eu e a minha querida amiga Elise temos um blog nosso com sentimento e com muita dignidade.
Obrigado a todos por me lerem!