terça-feira, 27 de março de 2007

Alguém tem dúvidas!...


Portugueses...
Raça rara em vias (perigo) de extinção.
Não pensem que foi uma “lufada” de nacionalismo irracional que me levou a escrever este pequeno artigo, antes pelo contrário, é um pequeno alerta para uma realidade que quer queiramos quer não tem mais de real que de utópica.
Se não vejamos; mais de sessenta por cento da nossa economia exportatária está, e sempre em nível crescente, nas mãos de empresários espanhóis em que o único capital circulante em Portugal é o dos salários (parcos) a serem pagos aos trabalhadores e que em alguns casos, nas suas fichas de salários, já são tratados como “obreros”. O capital de retorno destas exportações são automaticamente dirigidos para os grandes bancos ibéricos nas praças de Madrid ou Barcelona.
Os sonhadores lusitanos que ainda não há muito tempo, lutavam para reaver a nossa Olivença, hoje, conscientes da realidade, já só lutam para defenderem as nossas areias porque as terras quase na sua totalidade pertencem aos nossos “hermanos” para conforto e alívio dos nossos políticos que com tudo isto pactuam. E se de um lado as terras virarão espanholas, as areias, tudo o mar levará e se assim for, o que nos restará?!...
Os nossos governantes, talvez mandatados pelo futuro poder de Madrid, fecham as nossas maternidades para que os nossos filhos já sejam natos espanhóis ao mesmo tempo que abundam o ainda nosso país, com clínicas “abortais” vindas do outro lado da antiga fronteira para que os pais tenham duas opções para os filhos que são; ou nascem em Espanha ou morrem (são mortos) em Portugal.
E não duvidem que num futuro não muito longínquo, todos nós do ainda “do lado de cá da fronteira”, receberemos junto com uma nova carta de identidade e nacionalidade, uma nova “tarjeta” de eleitores para que possamos votar e eleger um novo governo, não o de Lisboa mas sim o de Madrid. E em tudo isto os nossos políticos pactuam enquanto nós, “Zé Povinho”, dormimos. Só espero que para todos nós o acordar não seja um grande pesadelo.
Claro que há “milhentos” casos (reais) que poderia aqui citar mas se estes já fazem reflectir, só tenho vontade de gritar pela Padeira de Aljubarrota para que cá volte e com a sua enérgica pá e enfie dentro do forno não só os castelhanos como também os traidores da ainda nossa Pátria.
Obs: publicado por mim, mas escrito por um Português com sangue lusitano nas veias.

sexta-feira, 23 de março de 2007

"Quanto mais vivo menos conheço a humanidade"


Sou uma pessoa que procura ser amiga de quem é minha amiga e, confesso, aprecio sinceramente cada pequeno sinal de manifestação dessa amizade, imaterial ou material, não pelo valor concreto que as manifestações materiais possam ter, mas pelo que representam no plano imaterial… Mas que há manifestações e manifestações, ai isso há.

Há uns anos, uma pessoa a quem considerava amiga, originária de uma aldeia transmontana próxima de Mirandela, no regresso de mais uma viagem às origens, perguntou-me se gostava de alheiras. Explicou-me a minha amiga que por aquela altura do ano, era habitual juntarem-se todas as irmãs (eram cinco, creio eu) na aldeia de onde era proveniente, para fazerem alheiras em quantidade suficiente para durarem para todo o ano e, assim sendo, se eu gostasse, teria todo o gosto em dar-me umas quantas.

Já era habitual a minha amiga presentear-me com produtos feitos na sua aldeia de Víboras, sempre que lá ia – folar, por altura da Páscoa, por exemplo, mas era sempre duro, eu pensava até então que seria da viagem. Pela minha parte, fico sempre contente com o que me dão, e então sorria com sinceridade e ficava muito sensibilizada. Quem oferece é porque o faz com carinho e é essa manifestação de carinho que me faz ficar contente pelas ofertas. No caso das alheiras, confesso-me uma apreciadora, apesar de sempre que as como me pesar na alma o mal que sei que elas fazem …

Apesar do hábito das ofertas, nunca a minha amiga me tinha dado alheiras até à altura. Confrontada com a oferta, ainda lhe disse que não havia necessidade de se incomodar, na expectativa de que a oferta não se concretizasse e evitasse eu, desse modo, um mais que certo ataque ao meu colesterol.

A verdade é que, passados uns dias sobre esta conversa, lá se apresentou no escritório com um enorme saco de alheiras. Eu fiquei um pouco preocupada pois penso que não se podem congelar alheiras e aquilo para mim era muita coisa. Lá passei, a partir daí, a comer alheira duas vezes por semana. Comia-as eu em parceria com a minha sobrinha, na altura com 5 anos, mas já grande apreciadora das ditas. Um dia estava, deliciada, a comer das ofertadas alheiras quando, de repente, senti algo a espetar-se no céu da boca. "Mas isto é confeccionado com carne, como aparece aqui uma espinha!", pensei eu. Saí da mesa a correr, para a casa de banho para ver se percebia o que se tinha espetado no céu da boca. A dor sentida era muito grande, insuportável, mesmo. Depois de algumas tentativas, consegui tirar o objecto e fiquei siderada quando vi o que era: uma agulha! Não será preciso dizer, mas claro que fiquei bastante ferida e dorida, e levei alguns dias a recuperar do incidente.

Poucos dias depois apareceu a senhora no escritório e lá perguntou se eu estava a gostar das alheiras. Eu numa atitude quase envergonhada, contei-lhe que uma alheira trazia uma agulha e comentei que ainda bem que me tinha saído a mim, porque se tivesse saído à minha sobrinha a situação podia ter sido em mais séria. Para meu completo espanto, ela deu um ai de satisfação e disse: "ainda bem que já apareceu a agulha". De imediato, sem dizer mais, toca de pegar no telemóvel, e marcou um número e toca de dar a boa nova a quem estava do outro lado: " Podeis comer à vontade, já apareceu!". Concluída a conversa telefónica, acabou por me confessar: "sabe nós quando estávamos a fazer as alheiras perdemos uma agulha. Andávamos a comer a medo!" Assim, ainda bem que já apareceu, agora já podemos comer mais descansadas!".
Todas estas dádivas tinham como objectivo pagar trabalhos que eu fazia para a senhora sem cobrar qualquer pagamento: Como seja fazia-lhe a contabilidade escrevia cartas para fornecedores e clientes dessa Senhora.


Mas a vida é assim.
Beijinhos para todos

segunda-feira, 19 de março de 2007

A longa caminhada!...


O envelhecimento humano é um processo natural. Podemos dizer que envelhecer permite estar vivo muito tempo, o que abre perspectivas de vida mais alargada às gerações mais jovens.

O envelhecimento da população revela-se, deste modo, como uma tendência positiva que está intimamente ligada à maior eficácia das medidas preventivas em saúde, ao progresso da ciência no combate à doença, a uma melhor intervenção no meio ambiente e, sobretudo, à consciencialização progressiva de que somos os principais agentes da nossa própria saúde.

No entanto, as pessoas não envelhecem todas da mesma maneira. A par dos factores genéticos, que determinam muito do processo, há que realçar que não é igual envelhecer no feminino ou no masculino, sozinho ou no seio da família, casado, solteiro, viúvo ou divorciado, com filhos ou sem filhos, no meio urbano ou no meio rural, na faina do mar ou na intelectualidade das profissões culturais, no seu país de origem ou no estrangeiro, activo ou inactivo.

É a partir dos sessenta e cinco anos de vida, inscritos no bilhete de identidade, que, convencionalmente, as pessoas são consideradas idosas. Mas, a sociedade atribui-nos muitas idades: a idade cronológica, a idade biológica, a idade para andar, para tirar a carta de condução ou para a renovar, a idade da reforma. Temos também a idade que sentimos que temos e a idade que os outros vêem em nós.
Por Osvaldo Dias

segunda-feira, 12 de março de 2007

De profundis


Encontro, algures na minha natureza, alguma coisa que me diz que não há nada no mundo que seja desprovido de sentido, e muito menos o sofrimento. Essa qualquer coisa, escondida no mais fundo de mim, como um tesouro num campo, é a humildade. É a última coisa que me resta, e a melhor (...). Ela veio-me de dentro de mim mesmo e sei que veio no bom momento. Não teria podido vir mais cedo nem mais tarde. Se alguém me tivesse falada dela, tê-la-ia rejeitado. Se ma tivessem oferecido, tê-la-ia recusado (...). É a única coisa que contém os elementos da vida, de uma vida nova (...). Entre todas as coisas ela é a mais estranha (...). É somente quando as perdemos que nos damos conta da falta que nos fazem.

Beijinhos para todos os que muito gosto.

P.S. Um pedido: Se alguma professora de matemática passar por cá e me quizer fazer o favor de me fornecer umas fichas dessa discíplina agradecia muito.A minha sobrinha Adry tem algumas dificuldades nessa disciplina.Desde já obrigados

terça-feira, 6 de março de 2007

A foragida de Felgueiras e as fraquezas da democracia



Fátima Felgueiras é uma personagem detestável. Nas suas aparições diárias no pequeno ecrã, sorriso mais do que postiço afivelado no rosto, impecavelmente arreada com o que o dinheiro e um gosto de presidente de câmara de cidade média do interior permite comprar, rodeada de ignaros cidadãos que agradecem à iluminada presidente da câmara o facto de os ter usado no passado, e o de o continuar a fazer hoje, para fugir à justiça, entre outras coisas menores e maiores, Fátima Felgueiras ilustra bem muitos dos males da democracia.

Confesso que nunca perceberei como as pessoas não se importam que alguém que foi eleito para servir em nome delas, se sirva do cargo para se beneficiar, a ela, ao partido e a uns quantos amigos. Que alguém seja capaz de dizer “se ela fez isso outros fazem pior”, como ainda um destes dias se pôde ver, dito por um dos munícipes da personagem, é algo que me deixa perplexa.

Toda esta situação em torno da D. Fátima é, como já disse, ilustrativa de muitos dos males da democracia. Como primeiro mal, este processo ilustra bem a teia de interesses muito pouco claros em torno do poder local, verdadeiro foco de corrupção, como tantos têm afirmado (vide Maria José Morgado).

Como segundo mal, e intimamente ligada à situação anterior, a questão do financiamento dos partidos políticos, verdadeira razão pela qual este processo de Felgueiras se iniciou (com o famoso saco azul, usado para injectar ilegalmente dinheiro no PS, mas podia ser em qualquer dos outros).

Como terceiro mal, a forma como as relações pessoais influênciam tudo. Está até hoje indesmentido o facto de ter sido um juiz desembargador a informar Fátima Felgueiras de que a Polícia Judiciária se preparava para a prender, permitindo que ela fugisse para o Brasil, onde permaneceu feliz e livre, preparando o regresso a tempo de poder permanecer no cargo de “presidenta” da câmara de Felgueiras. O dito juiz, avaliado o seu comportamento pelo órgão de auto controlo da magistratura, lá permaneceu incólume e não incomodado.

Como quarto mal, e muito ligado ao anterior, a importância de se ter dinheiro para se ter “justiça”. Quem tem dinheiro pode “comprar” bons advogados, que usam os recursos da lei até ao limite do possível, explorando todas as hipóteses, garantindo o arrastar dos processos, e eventualmente até os evitando, à custa da alegação de ilegalidades e inconstitucionalidades.

Como quinto mal, a importância da televisão nos dias em que vivemos e da forma como isso pode ser usado para os piores fins. A D. Fátima usa, como poucos, a televisão em seu proveito. Usou-a no Brasil, usa-a aqui, todos os dias. As fatiotas com que se apresenta todos os dias, o calculismo milimétrico com que, hipócrita sorriso esboçado no rosto, toca, piedosamente, os desgraçados que se aglomeram à entrada do tribunal, na esperança de ver, de sentir, de ser tocados, pela endeusada D. Fátima, tudo isso contribuiu para que ela passe até à exaustão a imagem de uma mulher boa, honesta, perseguida por forças tenebrosas que a querem linchar na praça pública. O rosto dela, no entanto, é como o algodão - não engana - e tem indelevelmente marcado, a hipocrisia e o cínismo puro e genuíno.

Como sexto mal, a influência do nível de subdesenvolvimento cultural, social e educacional nas escolhas das pessoas. Não fossemos cultural e educacionalmente um país do terceiro mundo, e não haveria compaixão, não haveria pachorra para as Fátimas Felgueiras deste mundo. Nenhuma D. Fátima, nenhum Isaltino, poderiam sair-se bem em situações como as que conhecemos.

O sistema de justiça tem, agora, em Felgueiras, no Apito Dourado, no caso Casa Pia, de demonstrar que está á altura dos desafios que a situação actual colocada. Hoje o sistema está desacreditado. Espero, sinceramente, que a D. Fátima, ou os senhores dos apitos dourados e casa Pia, não tenham vitórias de secretaria, em que provas claras das respectivas malfeitorias (as escutas telefónicas) , não sejam admitidas por absurdos constrangimentos formais. Hoje, a sensação de que quem tem dinheiro se “safa” sempre, tem de ser eliminada, sob pena de o descrédito do sistema e do regime, ultrapassarem o ponto sem retorno.

Para bem do sistema judicial e da saúde da democracia espero, no final, ver o sorriso hipócrita e cínico da D. Fátima desaparecido dos ecrãs da televisão. Seria o primeiro sinal, em muito tempo, de que o crime de colarinho branco não compensa… Se assim não for, este sistema judicial terá assinado, assim espero, a respectiva sentença de morte!

Beijinhos para todos!...