quinta-feira, 30 de março de 2006

Pergunta (6)


Bosch, Hieronymus: Paradise and Hell

Se tivessem realmente a certeza de que o Paraíso e o Inferno existem, o que mudavam na vossa vida?

segunda-feira, 27 de março de 2006

Porquê eles meu Deus!

Olá meus queridos amigos,
Depois do post anterior nada mais me ocorre a não ser este poema do Augusto Gil.
Faço das dele minhas palavras e pergunto a Deus, porquê eles!

BALADA DA NEVE

Batem leve, levemente,
como quem chama por mim.
Será chuva? Será gente?
Gente não é, certamente
e a chuva não bate assim.


É talvez a ventania:
mas há pouco, há poucochinho,
nem uma agulha bulia
na quieta melancolia
dos pinheiros do caminho...


Quem bate, assim, levemente,
com tão estranha leveza,
que mal se ouve, mal se sente?
Não é chuva, nem é gente,
nem é vento com certeza.


Fui ver. A neve caía
do azul cinzento do céu,
branca e leve, branca e fria...
- Há quanto tempo a não via!
E que saudades, Deus meu!


Olho-a através da vidraça.
Pôs tudo da cor do linho.
Passa gente e, quando passa,
os passos imprime e traça
na brancura do caminho...



Fico olhando esses sinais
da pobre gente que avança,
e noto, por entre os mais,
os traços miniaturais
duns pezitos de criança...


E descalcinhos, doridos...
a neve deixa inda vê-los,
primeiro, bem definidos,
depois, em sulcos compridos,
porque não podia erguê-los!...


Que quem já é pecador
sofra tormentos, enfim!
Mas as crianças, Senhor,
porque lhes dais tanta dor?!...
Porque padecem assim?!...


E uma infinita tristeza,
uma funda turbação
entra em mim, fica em mim presa.
Cai neve na Natureza
- e cai no meu coração

terça-feira, 21 de março de 2006

O meu grito de dor!

Olá amigos
Hoje venho ter um desabafo com vocês. Cansei-me, estou farta, estou completamente transtornada com o que se passa com as crianças do meu país principalmente os mais pequeninos, os sem voz.


Afinal onde está o povo de brandos costumes que diziam existir em Portugal, onde pára o bom povo Português? Que são pobres, dizem! E no passado não havia pobres, mais pobres ainda? Fico petrificada, aterrorizada com as noticias que, de há uns tempos a esta parte, falam sobre as nossas crianças, as nossas flores. Se Portugal é um jardim florido eu digo que as flores do meu país são as crianças.

Triste constatação a minha é a de que um bebé ou é amado desde o momento da concepção ou é um alvo a abater. Lamentavelmente é isso que se passa: avós que matam netos, pais e mães que matam filhos, pais ou mães que os maltratam violam.
Que horror o de uma criança de 6 meses, (meu Deus) quantas haverá na mesma situação a quem o pai parte os braços com apenas 2 meses de idade, e com 5 meses tem 6 costelas e uma perna fracturadas e os bracinhos em recuperação por terem sido partidos e a quem nem sequer assistência médica foi prestada. E o pai para se libertar da culpa faz uma gravação com a outra filha mais velha, com 5 anos, a espancar a bebé. Pode ser isto no país dos tais brandos costumes?.





Onde param os vizinhos, onde param os familiares desta criança? Eu quero que se lixem as assistente sociais, pois elas são apenas nossas funcionárias e se estão a fazer um trabalho mal feito vamos lutar contra elas. Mas eu pergunto se nos locais onde existem crianças a sofrer não existe ninguém consciente que oiça os gritos da criança (raios), como aquela tia que lava as mãos como Pilatos.Porque por não falarem deveriam ir todos presos, até os vizinhos. Tanta porcaria para não engravidarem e o nosso país está a ficar com uma população envelhecida. Ninguém liga ás crianças e uns tem tudo até ao exagero, outros, tristemente, até morrem á fome como foi o caso de uma criança que no ano que passou tinha 6 meses e a mãe metia-lhe um biberão na boca e deixava-a ficar sozinha.
Tantas vezes foi assim ou, segundo relato dela, era sempre assim...até que um dia, quando passadas 8 horas, foi ver o bebé, porque naquele dia ainda não tinha chorado, "a cabra" foi ao quarto e contou aos jornalistas com a ar mais cândido do mundo: Ele ainda estava "quentinho" quando lá cheguei, mas já viram que eu não o matei quero é que resolvam isto depressa… Como ela disse, já estava morta e raios partam a mãe, pensam que ia trabalhar? Nada disso.

Ia era para a sala jogar consola, ouvir musica e fumar.

A criança estava entranhada em porcaria até aos olhos. Que era feito desta família que não sabia que esta mãe tinha um bebé e que por acaso a tia, que vivia lá ao lado e que se prontificou para falar à televisão nem tentou saber do bebé, ou comunicar a quem de direito... não nada. Neste País dos ditos brandos costumes existe algum castigo por ser negligente? E quem está preso por esse crime? Ninguém. Maldito povo dos brandos costumes.
Pensam gastar milhões em campanhas a favor do aborto! Alguém tem medo de um bebé? Acho que o povo dos brandos costumes tem sim, muito medo dos bebés.
Não tem a ver com a pobreza, tem a ver com a falta de sentimentos neste Portugal moderno.
Tudo pensa em matar as nossas crianças e eu dou um grito de aflição por elas :SOCORRO!!! Acudam a quem não sabe fugir. Não são só as arvores das florestas, são as nossas amadas crianças também...Estou horrorizada. Malditos carniceiros.

domingo, 19 de março de 2006

Pergunta (5)



Se fossem Deus por um dia, o que fariam?

terça-feira, 14 de março de 2006

Porque sei o que é a dor, proponho todos: Vamos ajudar esta mãe!

Nas minhas andanças pela blogsfera, não sei como, mas cheguei até um blog que, nos últimos dias, tem ocupado a minha cabeça. É o caso de uma família muito sofrida e magoada, machucada. De tal modo fiquei impressionada,sinto que estou a reviver o pesadelo da morte do meu irmão "assassinado" que me foi impossível deixar de correr para todos vós, a pedir-vos que, como só nós na blogsfera sabemos fazer, sejamos solidários: passar sempre que possível no blog desta senhora deixar um beijo de carinho.
Seremos muitos e se pudermos passar sempre que possível, nem que seja só levar um beijo, sem cobrar a visita, só com a missão de ajuda carinhosa por alguém que não está a conseguir ultrapassar a dor. Vamos encher de carinho esta mãe.
Aqui publico uma carta, das muitas que estão no blog, dirigida ao filho, que decidiu partir antes de ser chamado, decidiu pôr termos á vida com 30 anos, uma flor a desabrochar. Ela, a mãe está muito mal, vamos todos ajudá-la. Sei que alguns de vocês têm frases fantásticas, porque não usá-las para lhe dar um pouco de conforto, de solidariedade? Ela precisa! Por vezes fraqueja e quer desistir de viver! Eu sei o que é a dor de perder alguém que amamos de forma violenta... Vamos ajudá-la, todos os dias levar-lhe um beijo, que será o beijo do seu amado filho.
Vamos ajudar quem precisa do nosso carinho, quem está necessitado. Somos mensageiros de Deus, ajudem! Deus neste momento quer que ajudemos a nossa colega blogueira que está a sofrer muito.

O blog é este.
A filha tem um blog, também, aqui.



Ontem estava muito triste Hugo


Não sei porque razão especial…uns dias são mais tristes que outros…meti-me no carro ás 4 horas da manha e, segui para a nossa casa…
Dei a volta ao contrário, e comecei de luzes apagadas, o trajecto da nossa rua, para passar primeiro pela tua casa.
Estava uma chuva miudinha, desliguei tudo…e, fiquei ali a olhar para a varanda.
Não conseguia viver lá…no entanto faz-me falta, quando estou mais triste, lá ir…é como se fosse ao cemitério…faz parte do meu culto…olho, fixo os olhos na varanda….não estou ainda louca ao ponto de pensar que me vais aparecer…mas olho e lembro o teu rosto, o que dissemos, pois foi lá os últimos momentos que tivemos sozinhos….
Estive ali parada a olhar até quase as 7 horas…não chorei…nunca fui de muitos choros…assisti ao aproximar das 6.40 h, mas o sol não nasceu, agora ainda é de noite a essa hora, a Nini diz que há pessoas que gostam de sofrer…
Eu penso que ninguém gosta, mas o que ela quer dizer, eu também sei…é que às vezes se procura o sofrimento, como forma de nos auto penalizar-mos, por algo que nos culpabilizamos e, que achamos que ainda não estamos a sofrer o suficiente…
Eu sinceramente não sei…julgo que vou mais para te sentir…será isto o começo da loucura?
Quando partiste, fui eu que dividi as tuas coisas no armazém, as pessoas são como são, o pai não se chegou sequer, não quis ficar com nada, eu fiquei contudo o que tinha o teu cheiro…as roupas que usaste nos últimos dias, os teus papeis, as fitas do cabelo, as bolsas…
Fechei tudo muito bem…e quando me invadia a saudade…abria, para sentir o teu cheiro característico de cigarros com agua de colónia e, sentia-te perto…
Agora o cheiro está a perder-se…e, eu sinto que também te estou a perder, já não estás tanto á minha volta…e digo-te filho…está ser muito, muito duro.
Não consigo retomar a minha vida, quando a família já quase toda o fez, (ainda bem) não consigo gerir no meio doutros sentimentos, o de te estar a perder, porque não te perdi logo, foi uma perda gradual (mas as pessoas não entendem), está a ser muito difícil, não entendo se estou a progredir neste doloroso processo, se estou a recuar…
Só sei que dói mais agora…dói tanto…que ás vezes penso que te mantiveste à minha volta para que eu pudesse dar força a todos…mas
agora que todos estão a reagir…chegou a minha vez de ser o que sou…e, não a que tenho mostrado…sou fraca, só queria que o tempo passasse rápido…muito rápido…que sem causar muita dor… que chegasse a minha vez…se todos temos que ir um dia, “alguém” que me ajude a “ir” mais cedo…porque esta agonia está a dar conta de mim…
Deveria ter sido um anjo azul para ti Hugo querido…mas falhei…fui apenas uma mãe …e muito má, deixei-te à mercê de alguém mascarado de anjo negro…

segunda-feira, 13 de março de 2006

Pergunta (4)

Se a vossa alma tivesse uma cor, qual seria?

terça-feira, 7 de março de 2006

Pergunta (3)

Foto de Michael Yong

O que vos faz sorrir?

sexta-feira, 3 de março de 2006

O ciúme, a causa de muita infelicidade


Em questões de ciúme, a linha divisória entre imaginação, fantasia, crença e certeza, torna-se frequentemente vaga e imprecisa. No ciúme as dúvidas podem transformar-se em idéias supervalorizadas ou francamente delirantes. Depois das ideias de ciúme, a pessoa é compelida à verificação compulsiva das suas dúvidas. Um ciumento verifica se a pessoa está onde e com quem disse que estaria, abre correspondências, ouve telefonemas, vasculha o computador, examina bolsos, bolsas, carteiras, recibos, roupas íntimas, segue o companheiro(a), contrata detectives particulares, etc. Toda essa tentativa de aliviar sentimentos, além de reconhecidamente ridícula, até pelo próprio ciumento, não ameniza o mal estar da dúvida.
Não é possível viver ao lado de uma pessoa ciúmenta, de tal forma ela deteriora a vida do(a) companheiro(a) e acaba por destruir o que levou anos a construir, a família e o lar.
Ao casarmos com determinada pessoa, não nos tornamos dona dela.Ela é livre, deve continuar a ter as suas coisas, a manter os seus amigos,a ter o seu espaço.Por mim, e pelo que a vida me tem ensinado, sei que ninguém é dono de ninguém, quem sufocar o parceiro, vai perdê-lo de certeza.Devemos, a todo o momento ser livres de dizer:Estou contigo porque me sinto bem contigo, porque gosto da tua companhia, a paixão foi, mas o carinho o respeito e a dedicação essa está tão viva como no dia em que nos casamos.
Conheço um caso de um familiar, levado ao desespero, depois de muitos anos de dor, pelo sofrimento infligido pela mulher devido aos ciúmes. Os filhos casaram, eles ficaram sózinhos, o ambiente tornou-se desesperante. Ele um dia teve o primeiro sinal de enfarte, diagnosticado no hospital. Foi medicado, voltou para casa. No dia seguinte, por volta das 6 da manhã os sintomas voltaram. O desinteresse dele pela vida era tão grande que quando lhe foi dito pela mulher que ia chamar a ambulância, deu o seu último grito de libertação dizendo:"Não, o corpo é meu, quero morrer!". E morreu mesmo, com 53 anos, na flor da vida.
Maldita insegurança, maldita desconfiança, malditos ciúmes...
Porque não tentar reconquistar, no lugar de martirizar, porquê dificultar a vida do outro, porque se torna tudo tão impossível?!