sexta-feira, 3 de março de 2006

O ciúme, a causa de muita infelicidade


Em questões de ciúme, a linha divisória entre imaginação, fantasia, crença e certeza, torna-se frequentemente vaga e imprecisa. No ciúme as dúvidas podem transformar-se em idéias supervalorizadas ou francamente delirantes. Depois das ideias de ciúme, a pessoa é compelida à verificação compulsiva das suas dúvidas. Um ciumento verifica se a pessoa está onde e com quem disse que estaria, abre correspondências, ouve telefonemas, vasculha o computador, examina bolsos, bolsas, carteiras, recibos, roupas íntimas, segue o companheiro(a), contrata detectives particulares, etc. Toda essa tentativa de aliviar sentimentos, além de reconhecidamente ridícula, até pelo próprio ciumento, não ameniza o mal estar da dúvida.
Não é possível viver ao lado de uma pessoa ciúmenta, de tal forma ela deteriora a vida do(a) companheiro(a) e acaba por destruir o que levou anos a construir, a família e o lar.
Ao casarmos com determinada pessoa, não nos tornamos dona dela.Ela é livre, deve continuar a ter as suas coisas, a manter os seus amigos,a ter o seu espaço.Por mim, e pelo que a vida me tem ensinado, sei que ninguém é dono de ninguém, quem sufocar o parceiro, vai perdê-lo de certeza.Devemos, a todo o momento ser livres de dizer:Estou contigo porque me sinto bem contigo, porque gosto da tua companhia, a paixão foi, mas o carinho o respeito e a dedicação essa está tão viva como no dia em que nos casamos.
Conheço um caso de um familiar, levado ao desespero, depois de muitos anos de dor, pelo sofrimento infligido pela mulher devido aos ciúmes. Os filhos casaram, eles ficaram sózinhos, o ambiente tornou-se desesperante. Ele um dia teve o primeiro sinal de enfarte, diagnosticado no hospital. Foi medicado, voltou para casa. No dia seguinte, por volta das 6 da manhã os sintomas voltaram. O desinteresse dele pela vida era tão grande que quando lhe foi dito pela mulher que ia chamar a ambulância, deu o seu último grito de libertação dizendo:"Não, o corpo é meu, quero morrer!". E morreu mesmo, com 53 anos, na flor da vida.
Maldita insegurança, maldita desconfiança, malditos ciúmes...
Porque não tentar reconquistar, no lugar de martirizar, porquê dificultar a vida do outro, porque se torna tudo tão impossível?!

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