sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Nascer do sol no Eden.

Um só corpo ondulante
Tremendo de prazeres e êxtase
De fantasia e sedução
Uma alma abandonada e órfã
Perdida e reencontrada
Num ermo sentimento de engano
Um som longínquo que se aproxima
Uma nota de esperança tardia
Sente-se no ar
Sente-se na pele nua de uma madrugada
Pensar
Sentir
Os olhos vendados pelos espinhos
O terror e a aflição de uma tortura selvagem
De sentir
Melhor os tempos fúteis
Melhor os tempos pródigos e podres
Não sei mais que digo
E a esperança aproxima-se
Escondida num manto que não distingo
Aproxima-se num correr de um dia de fortuna
E a música sobe selvática e apocalipticamente
Perante os meus sentidos
Ondas de luz e cor
Borbulhantes de violência
Consomem dores caladas
Basta um acto
Basta um olhar
E tudo está tão errado
E tudo muda
E de novo repenso o ser
Clamor aos céus por uma razão
Clamor por uma segurança e uma verdade
Um grito que foge das entranhas
Pede tanto, tanto do amanhã
Um mundo de ilusão
Pede o talento que esconde um desalento
E agora
A vista da terra prometida
Uma miragem
E com os pés a sangrar
Absorvo-me do abismo
Que a minha pele rasgue as pedras
Que as sangre do que é mundano
Que se oiçam os gritos
Que o espírito se enalteça
E esmagado o engano
Que a as cinzas da alma se purifiquem com fogo
E eis então
O nascer do sol
O nascer do sol no Eden

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