sábado, 19 de maio de 2007

Dois bons exemplos...de respeito ao chefe... e muito mais

Dois bons exemplos dos tempos que correm...

Um professor que trabalhava há 20 anos na Direcção de Educação Regional do Norte foi suspenso pela diligentissima Directa Regional, ao que se relata na imprensa, por ter repetido a um colega, no gabinete, uma das muitas piadas que no país correm sobre a badalada licenciatura do conhecido licenciado em Engenharia Civil, José Socrates. Confrontada com a notícia de tal crime de lesa-pátria, a fiel directora, a D. Margaria assevera que "os funcionários públicos têm de estar acima de muitas coisas, e que o sr. primeiro-ministro é o primeiro-ministro de Portugal". A imprensa não relata, mas chegaram-nos informações off the record que asseguram que a sra., enquando proferia esta frase, fez três respeitosas vénias na direcção da foto do nosso primeiro, que orgulhamente ostenta na parede situada atrás da secretária do gabinete de trabalho.
A suspensão do professor foi determinada, segundo a D. Margarida, pelo facto de "poder haver perturbação do serviço". A sra. não o disse, mas estamos convencidos que ela quis evitar a gargalhada generalizada que podia ocorrer no serviço, se o infractor tivesse o atrevimento de repetir a piada a outros funcionários, com as graves consequências para a produtividade que daí poderiam decorrer!

Vozes da má lingua, asseguram-nos que este comportamento da D. Margarida segue o espírito das novas directivas governamentais sobre a delação dos comportamentos menos ortodoxos. Não queremos dar crédito a tais vozes. Afinal, não voltamos ao tempo da PIDE / DGS, pois não?
Em jeito de reconhecimento de tal dedicação ao serviço público, aqui fica a foto da dedicada funcionária, paradigma do bom serviço público e nada da fidelidade canina ao chefe (e aqui, faço eu uma vénia ao nosso bom primeiro).


A dedicada e diligente funcionária, Margarida Moreira


Um outro bom exemplo é o dado pelo governadora civil de Lisboa, Maria Adelaide Rocha, de seu nome. Também preocupada em prestar o melhor serviço à causa pública, a governadora aprestou-se a marcar as eleições para Lisboa num espaço de tempo record, nos anais da política portuguesa. Por pura coincidência, tal marcação corria o risco de favorecer o até então responsável directo da sra. governadora: António Costa, à altura MAI e agora candidato PS à câmara de Lisboa.

Infelizmente, nem todos os orgãos do estado interiorizaram ainda a necessidade de responder expeditamente às necessidades da nação. Exemplo disso é o Tribunal Constitucional, que decidiu não atentar no óbvio interesse da decisão tomada pela sra. e resolveu suspender a data das ditas eleições. Andou a governadora a esforçar-se por tornar tudo tão expedito, e vem agora o Tribunal Constitucional deitar abaixo o louvável esforço da D. Maria Adelaide...

A sra., no entanto, permanece inabalável na defesa da decisão, e na fidelidade ao chefe. Assim sendo, lá compareceu na cerimónia pública de apresentação da candidatura do chefe, nada se incomodando com o facto de o cargo que ocupa desaconselhar tal presença (claro, já me esquecia, isso só importa quando se fala do Alberto João!).

Em homenagem a outra grande dedicação ao chefe, aqui fica a foto da D. Maria Adelaide Rocha, a quem incentivamos a não se demitir, como alguma imprensa (ranhosa, digo eu), parece sugerir. Pois, então, se diligentes funcionárias como a D. Margarida e a D. Maria Adelaide abandonassem os seus cargos, o que seria da nossa administração pública?!!!


Outra dedicada e diligente funcionária, Maria Adelaide Rocha


P.S.: Quanto mais se vê, mais certeiro parece o diagnóstico feito pelo deputado Paulo Rangel, no discurso que fez na sessão solene sobre o 25 de Abril!

P.P.S.: Como também se vê, o desempenho de algumas mulheres em cargos de confiança política, não fica a dever nada ao dos homens. Já atingiram o mesmo nível de desempenho!

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