Um professor que trabalhava há 20 anos na Direcção de Educação Regional do Norte foi suspenso pela diligentissima Directa Regional, ao que se relata na imprensa, por ter repetido a um colega, no gabinete, uma das muitas piadas que no país correm sobre a badalada licenciatura do conhecido licenciado em Engenharia Civil, José Socrates. Confrontada com a notícia de tal crime de lesa-pátria, a fiel directora, a D. Margaria assevera que "os funcionários públicos têm de estar acima de muitas coisas, e que o sr. primeiro-ministro é o primeiro-ministro de Portugal". A imprensa não relata, mas chegaram-nos informações off the record que asseguram que a sra., enquando proferia esta frase, fez três respeitosas vénias na direcção da foto do nosso primeiro, que orgulhamente ostenta na parede situada atrás da secretária do gabinete de trabalho.
A suspensão do professor foi determinada, segundo a D. Margarida, pelo facto de "poder haver perturbação do serviço". A sra. não o disse, mas estamos convencidos que ela quis evitar a gargalhada generalizada que podia ocorrer no serviço, se o infractor tivesse o atrevimento de repetir a piada a outros funcionários, com as graves consequências para a produtividade que daí poderiam decorrer!
Vozes da má lingua, asseguram-nos que este comportamento da D. Margarida segue o espírito das novas directivas governamentais sobre a delação dos comportamentos menos ortodoxos. Não queremos dar crédito a tais vozes. Afinal, não voltamos ao tempo da PIDE / DGS, pois não?
Em jeito de reconhecimento de tal dedicação ao serviço público, aqui fica a foto da dedicada funcionária, paradigma do bom serviço público e nada da fidelidade canina ao chefe (e aqui, faço eu uma vénia ao nosso bom primeiro).
A dedicada e diligente funcionária, Margarida Moreira
Um outro bom exemplo é o dado pelo governadora civil de Lisboa, Maria Adelaide Rocha, de seu nome. Também preocupada em prestar o melhor serviço à causa pública, a governadora aprestou-se a marcar as eleições para Lisboa num espaço de tempo record, nos anais da política portuguesa. Por pura coincidência, tal marcação corria o risco de favorecer o até então responsável directo da sra. governadora: António Costa, à altura MAI e agora candidato PS à câmara de Lisboa.
Infelizmente, nem todos os orgãos do estado interiorizaram ainda a necessidade de responder expeditamente às necessidades da nação. Exemplo disso é o Tribunal Constitucional, que decidiu não atentar no óbvio interesse da decisão tomada pela sra. e resolveu suspender a data das ditas eleições. Andou a governadora a esforçar-se por tornar tudo tão expedito, e vem agora o Tribunal Constitucional deitar abaixo o louvável esforço da D. Maria Adelaide...
A sra., no entanto, permanece inabalável na defesa da decisão, e na fidelidade ao chefe. Assim sendo, lá compareceu na cerimónia pública de apresentação da candidatura do chefe, nada se incomodando com o facto de o cargo que ocupa desaconselhar tal presença (claro, já me esquecia, isso só importa quando se fala do Alberto João!).
Em homenagem a outra grande dedicação ao chefe, aqui fica a foto da D. Maria Adelaide Rocha, a quem incentivamos a não se demitir, como alguma imprensa (ranhosa, digo eu), parece sugerir. Pois, então, se diligentes funcionárias como a D. Margarida e a D. Maria Adelaide abandonassem os seus cargos, o que seria da nossa administração pública?!!!
Outra dedicada e diligente funcionária, Maria Adelaide Rocha
P.S.: Quanto mais se vê, mais certeiro parece o diagnóstico feito pelo deputado Paulo Rangel, no discurso que fez na sessão solene sobre o 25 de Abril!
P.P.S.: Como também se vê, o desempenho de algumas mulheres em cargos de confiança política, não fica a dever nada ao dos homens. Já atingiram o mesmo nível de desempenho!
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