domingo, 27 de janeiro de 2008

Terrorismo e retirada

A imprensa dos últimos dias tem dado eco ao que parece serem ameaças concretas de terroristas islãmicos, em que os ataques a desencadear teriam Portugal como alvo. A ameaça parece um pouco mais concreta e, pela primeira vez, o país surge como alvo do terrorismo islâmico, que já atacou bem aqui ao lado, com as consequências conhecidas, num triste dia de Março.
A guerra contra o terrorismo é travada hoje em toda a Europa, mas também em dois países em particular: o Paquistão e o Afeganistão. O Paquistão, país em turbilhão, terra das madrassas, onde a ideologia de um islão totalitária tem hoje um dos mais importantes caldos de cultura. Apesar de tudo um país onde o exemplo de coragem veio de uma mulher, Benazir Bhuto, que tinha admitido com grande franqueza, que se regressasse do exílio, a sua vida seria ameaçada e a possibilidad ede morte seria elevada, como infelizmente veio a acontecer.


Evitar outros 11 de Março implica coragem e vontade


O Afeganistão, refúgio onde o mais famoso nome do terrorismo actual, encontrou, sob o regime “diabólico” dos taliban, as condições para poder crescer, treinar os seus operacionais, e planear cada um dos ataques que ceifaram vidas nas cidades da Europa e da América. O mesmo Afeganistão onde a ameaça talibã se faz sentir com grande intensidade, e onde o esforço de combate aos ovos da serpente continua a ser, essencialmente, americano. A Europa, apesar das palavras bonitas dos seus líderes, continua incapaz, excepção feita ao Reino Unido, de libertar meios necessários para o combate em nome do modelo civilizacional que permitiu um progresso indesmentível, desde o fim da Segunda Guerra. O mesmo Afeganistão onde Portugal, sempre oportuno, com líderes de uma visão indiscutível, já anunciou a retirada das suas tropas, todos os 162 militares.
Não deixa de ser irónica, esta retirada, precisamente agora que Portugal surge como aparente alvo directo do terrorismo. É um sinal da espantosa falta de visão da Europa, que nem o Grande Líder europeu dos últimos seis meses, o grande José Sócrates Pinto de Sousa, se preocupou em combater.
No que diz respeito à luta contra o terrorismo, o esforço que fique ao cuidado do grande satã Bush e seus apaniguados, esse cowboy primário, presidente do país onde o “saloiísmo” primário dos cidadãos, os fazem disponibilizar-se para dar a vida em nome de ideais estranhos como pátria, nação ou bandeira. Não fosse esse generosidade, exemplificada por tantos, como Pat Tillman, o jogador de futebol americano que trocou um contrato milionário pelo ingresso no exército, tendo morrido no Afeganistão, hoje não poderíamos viver no espaço de liberdade e progresso onde, apesar de tudo, ainda vivemos.
Hoje, ao ler as notícias sobre terrorismo, fiquei a pensar que talvez fosse bom lembrar, a propósito delas, que devemos fazer parte dessa luta, que a única opção é lutar contra esta totalitarismo religioso, não deixando para os outros a quota parte do esforço que, enquanto portugueses e europeus, temos de fazer, para podermos manter a liberdade e a prosperidade que tanto valorizamos.

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