Escrevo em testamento este poema.Que ele tenha, na angústia com que o ligo, O brilho rutilante duma gema achada nos farrapos de um mendigo. Ao vesperal crespúsculo da vida e sob o olhar é que o componho; Erguendo assim, por minha despedida,O último escalão dum alto sonho. Este poema é dedicado a todos os que como eu tiveram um grande sonho.
quinta-feira, 15 de dezembro de 2005
Tréplica sobre os crucifixos nas escolas
Recebi da TMara um email sobre a questão dos crucifixos nas escolas, e que passo a reproduzir, porque me parece importante. Reproduzo também a minha resposta.
Amiga
Acabei de postar uma carta aberta em reposta ao teu comentário sobre a posição da Igreja e a retirada dos crucifixos das escolas. Ia enviar-ta directamente por e-mail, mas, face à matéria e às paixões k provoca, achei k podia abri-la a todos e de uma forma pessoal. Em 1ª mão aqui, para ti, o link sobre o meu pensamento nesta importante matéria e a carta aberta em k o expresso.
Beijos de luz e paz
http://estranhosdias.blogspot.com
Minha amiga, lamento ter causado um transtorno para ti, com o meu comentário.
Se me perguntares se gostei de o ver exposto, e com esse destaque, tenho a dizer-te que não, mas já está exposto, pronto.
Vou explicar-te, então, a minha opinião sobre os crucifixos. Acho, realmente, que não faz sentidos eles existirem nas escolas principalmente das cidades, onde as crianças nem sabem que ele lá está . Perguntei à minha sobrinha, que vive comigo se existia um crucifixo na escola ela disse que não. Mesmo admitindo que exista noutras escolas, duvido que alguém o respeite como tal. Assim sendo, não penso que faça algum sentido essa existência. Não tem sentido se a imagem nem respeitada é.
A disciplina de Religião e Moral devia servir para falar de Deus em todas as religiões, embora para a minha miúda seja irrelevante, pois ela é uma criança esclarecida sobre Deus e frequenta a Igreja. Acho porém que um professor, além de professor é pai (ou mãe) também, porque essa é visão que a realidade nos transmite diariamente. Interrogo-me como poderiam eles falar de Deus às crianças filhas dos outros se nem às deles falarão, na maior parte dos casos...
Hoje em dia o importante é dar todo o tipo de brinquedos aos filhos, ensinar todos os nomes da banda desenhada, nomes de toda a bonecada dos filmes, levar a ver jardim zoológico, mostrar os golfinhos levar as crianças , enfim, primazia ao divertimento. Entende-me, o divertimento e a aprendizagem das crianças é importante, mas igualmente importante é ensinar às crianças algo de importante sobre Deus, isso nada de nada. Mesmo acontecimentos de natureza religiosa, como o baptizado ou a comunhão, são usados por causa do impacto social que têm: festa, convidados. etc. Tudo sem que a simbologia religiosa e o significado superior dos actos sejam tidos em conta. De facto todo o comportamento dos pais e convidados, nestas alturas demonstrar que, na sua maioria esmagadora, nem sabem porque ali estão, pois a postura tomada durante o acto litúrgico é deveras triste, como tristes são as cenas que fazem, portam-se como quem está no supermercado de vestido novo. A criança faz a primeira comunhão e termina ali , tudo sobre a religião. Que povo é este ?!
Em resumo, os crucifixos não fazem qualquer sentido nas escolas, já os deviam ter tirado à muito, porque não são respeitados. Mas não posso deixar de te dizer que esta assepsia recente, em que tudo é inodoro, limpo, higienizado, vai acabar por ser pago com um preço enorme, em termos de despojamento de valores, de desprezo pelo próximo, de falta de identidade individual e colectiva. Tudo será à semelhança dos palácios do consumo moderno: massificado, comercializado, impessoal ... e triste.
Finalmente, quero dizer-te que defendo a autonomia das escolas e penso que se uma determinada comunidade pretender ser fiel à sua história, ao seu passado, aos nossos valores enquanto país de tradição católica, sem com isso colocar em causa os valores de outros pais ou alunos, não tem de ser o ministério, centralista, responsável pela homogeneização, que deve colocar em causa essa autonomia. Infelizmente, a ausência de simbolos religiosos, em vez de demonstrar o carácter laico do estado, representa, isso sim, a falta de comparência do sistema educativo na educação para os valores morais.
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