Viver uma paixão não pode ser a condição sine qua non para se viver junta. O modelo de casal ideal é aquele que passa todo o tempo disponível juntos, que abre mão das actividades individuais, com amigos e que sacrifica as possibilidades pessoais para permanecer a dois é, para mim uma visão desastrosa, ou no mínimo sufocante!
O amor não sobrevive sem a possibilidade do crescimento individual, sem espaço para a troca, para a liberdade e para que desejos pessoais possam ser preservados. Há pessoas que passam por terríveis conflitos.... É como se ainda perpetuasse aquela velha tese na qual se nos afastamos, estamos oferecer o nosso parceiro, deixando-o de lado, dando a impressão que não o amamos... É o amor ligado ao sentimento de posse, ciúme. É bom sentir-se amada, muito diferente de sentir que temos um dono.
Afinal, o medo de ser abandonada ou trocada deixa a descoberto, um baixo grau de auto-estima. A grande verdade é que só as pessoas pouco maduras e muito dependentes suportam renunciar à sua individualidade, para se fundirem numa simbiose pseudo-romântica talvez pela imaturidade e pelo medo causado pela sensação de desamparo que é próprio da idade. Quando percebemos que a dificuldade não está na pessoa a quem nos ligamos mas na forma do vínculo que estabelecemos, temos a hipótese de reverter a situação para que, o ficar só, não seja vivido como a melhor opção…
Só assim, a vida a dois pode sobreviver a todas as tentadoras "vantagens" oferecidas pela condição solitária: dormir e comer à hora que se quer, não dar satisfação do que se faz, ter o controle da televisão só para mim, ficar no computador quanto tempo eu quiser, entre outras.
Ter de justificar tudo que fazemos, leva-nos forçosamente á mentira, a fim de evitar um conflito. Depois forma-se uma bola de cristal que pode partir a qualquer momento. O resultado final, é desastroso!
Esta é a minha opinião claro!
Beijinhos e boa semana.
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